Empresa fecha negócio com stablecoin, aposta em até R$ 1 milhão mensais e abre caminho para nova era no agro brasileiro

A Baldan acabou de fazer história no agronegócio brasileiro. A fabricante de máquinas e implementos agrícolas fechou sua primeira venda usando criptomoeda como forma de pagamento. E isso não é só um experimento isolado. A empresa calcula que pode movimentar até R$ 1 milhão por mês em cripto nos próximos tempos, abrindo portas para novos negócios internacionais e consolidando sua reputação como empresa inovadora no campo.

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A operação aconteceu em novembro de 2025, em parceria com a Foxbit, uma das principais plataformas de ativos digitais do país. Do outro lado da transação estava um revendedor da Baldan no Mercosul, que optou por pagar em USDT (Tether), uma stablecoin atrelada ao dólar americano. Segundo a Foxbit, todo o processo foi surpreendentemente simples: análise cadastral, definição de limite operacional, recebimento do valor em cripto, conversão automática pra reais e transferência para a conta da empresa. Tudo rastreável, seguro e rápido.

“Esse é um marco importante pra Baldan, porque reforça nosso compromisso com inovação e com novas formas de atender parceiros e clientes de maneira mais ágil e eficiente. Com essa modalidade, a gente amplia as alternativas de pagamento pros nossos clientes”, comentou Wolney Netto, CFO da companhia.

Agronegócio descobre o mundo cripto

A Foxbit vem observando uma movimentação crescente do agro em direção aos ativos digitais. Não é só a Baldan: o setor tem explorado desde tokenização de créditos agrícolas até o uso frequente de stablecoins pra facilitar pagamentos internacionais. Um exemplo recente foi a aquisição de 70% da Adecoagro pela Tether, mostrando que os grandes players globais também tão de olho no potencial desse mercado.

“O agronegócio brasileiro tem um papel estratégico na adoção de ativos digitais. É um setor que movimenta volumes grandes, lida com transações internacionais constantemente e busca eficiência sempre. As stablecoins trazem previsibilidade de caixa e segurança pra operações desse porte”, explica Ricardo Dantas, CEO da Foxbit.

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E faz sentido. Stablecoins como a USDT oferecem estabilidade porque seu valor fica ancorado no dólar. Isso significa que produtores e empresas conseguem operar sem se preocupar com as oscilações malucas que Bitcoin e outras criptos costumam ter. Além disso, a liquidação é praticamente instantânea e os custos operacionais são bem menores que os dos bancos tradicionais.

Vantagens e desafios da inovação

Entre os principais benefícios que o agro tá descobrindo nas criptomoedas estão: transações liquidadas em minutos (ou até segundos), redução significativa de custos com taxas bancárias e uma proteção natural contra variações cambiais. Isso é especialmente importante num setor que exporta tanto quanto o brasileiro.

Mas nem tudo são flores. Ainda existem desafios importantes pela frente. Empresas precisam ajustar processos internos de governança, padronizar tratamentos contábeis pro novo tipo de ativo e capacitar equipes inteiras, do financeiro ao fiscal, pra lidar com essa nova realidade. “Por isso que contar com parceiros regulados e com infraestrutura de custódia segura é essencial pra garantir conformidade e mitigar riscos”, reforça Dantas.

A Baldan tá trilhando esse caminho agora, mas sua aposta não parece tímida. Com projeções de até R$ 1 milhão mensais em transações cripto, a empresa demonstra confiança de que essa não é apenas uma tendência passageira, mas sim uma transformação estrutural na forma como o agronegócio faz negócios. Especialmente quando o cliente tá fora do Brasil.

O movimento da Baldan pode servir de referência pra outras empresas do setor que ainda observam o mercado cripto com cautela. Afinal, quando uma fabricante tradicional de máquinas agrícolas, com décadas de história, decide entrar nesse território, fica claro que a digitalização chegou de vez no campo brasileiro.