DP World aposta alto no Brasil e reforça confiança no potencial logístico do país
Porto de Santos
Foto: divulgação Porto de Santos

O Porto de Santos vai mudar de escala. Um novo investimento de R$ 1,6 bilhão, anunciado nesta quinta-feira (20) pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, promete transformar o maior complexo portuário do hemisfério sul. O anúncio aconteceu longe de casa: em Dubai, durante missão oficial aos Emirados Árabes.

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O dinheiro vem da DP World, gigante global de logística que opera um dos terminais mais modernos do Brasil. O plano, ambicioso, é elevar a capacidade de movimentação para 2,1 milhões de TEUs até 2028. O projeto inclui a ampliação do cais em 190 metros e novas áreas dedicadas à exportação de celulose e contêineres.

Costa Filho saiu da reunião otimista. “Esses investimentos reforçam a confiança dos investidores e a modernização do setor portuário brasileiro”, afirmou o ministro, após o encontro com executivos da DP World. No mesmo dia, ele visitou o Porto de Jebel Ali, referência mundial em tecnologia e eficiência logística.

A segunda fase do programa da DP World já está aprovada. Prevê novas estruturas, como um píer de atracação, ampliação da retroárea com laje sobre estacas e melhorias no gate de acesso, áreas de inspeção e sistemas para cargas refrigeradas.

Tecnologia chegando

No pacote, vem também uma leva de tecnologia: quatro novos portêineres, 15 guindastes RTG e 40 caminhões internos de alta performance. Todos adaptados a padrões de eficiência energética e sustentabilidade. Tudo dentro da política global da empresa de reduzir emissões e modernizar operações.

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O novo cais passará de 1.100 para 1.290 metros. Com isso, o terminal poderá receber navios de classe New Panamax, capazes de carregar até 150 mil toneladas. As obras devem terminar em agosto do próximo ano.

A DP World reforça que os equipamentos trarão menor consumo e menos gases poluentes, alinhando-se à agenda de descarbonização do Governo Federal.

Foto: Assessoria de comunicação DP World

Costa Filho conhece bem o projeto. Em agosto, esteve em Santos para acompanhar o início das obras. Viu de perto as primeiras estacas sendo cravadas. Cumprimentou trabalhadores, ouviu histórias.

A visita a Dubai trouxe outro tipo de inspiração. No Porto de Jebel Ali, o ministro observou sistemas de automação e o modelo Boxbay, que multiplica a capacidade de movimentação vertical dos contêineres. “É impressionante. São tecnologias que podem transformar a logística brasileira”, disse.

O ministro quer mais do que ver. Quer aplicar. “Vim entender como essas inovações podem ampliar a capacidade do Brasil e atrair novos investimentos. O país pode, sim, se alinhar às melhores práticas do mundo.”