Santa Catarina, Bahia e Minas Gerais lideram produção nacional. Mecanização acelera colheita e reduz perdas
Foto: Rodarte/Agência Agro em Campo

A cebolicultura brasileira está vivendo um momento de transformação. O segredo? Híbridos adaptados às regiões produtoras, que vêm ganhando espaço nos campos e nas estatísticas. Em 2024, o Brasil colheu cerca de 1,6 milhão de toneladas de cebola, segundo a Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE. Santa Catarina, Bahia e Minas Gerais se destacam como os grandes celeiros do país.

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O que está mudando de verdade é o perfil das sementes. Os híbridos, cada vez mais presentes nas lavouras, oferecem estabilidade agronômica, resistência a variações climáticas e uniformidade na colheita. Resultado? Produtividade maior e qualidade superior, especialmente em regiões onde a tecnificação das lavouras já é realidade. Em muitos lugares, os híbridos superam as variedades tradicionais em rendimento e padronização.

Samuel Sant’Anna, especialista em Bulbos e Raízes da Topseed Premium, explica que o uso de híbridos permite populações maiores por hectare, bulbos mais uniformes, maior qualidade comercial e melhor aproveitamento da área cultivada. “O posicionamento técnico correto e a escolha de materiais específicos para cada ambiente e época de cultivo têm sido determinantes para a evolução da produtividade nas principais regiões produtoras”, diz. Em condições de manejo tecnificado, os híbridos podem chegar a produtividades entre 60 e 120 t/ha.

Destaques

Entre os híbridos mais usados estão Samurai, Cattena e Canarana. A Cattena se destaca no Cerrado e em São Paulo, com alto potencial produtivo, coloração marcante de pele (pinhão após a cura) e ótimo rendimento de bulbos de classificação caixa 3. A Samurai, conhecida pela precocidade e uniformidade, responde bem em regiões exigentes como SP, Cerrado e Bahia. Já a Canarana se destaca pela estabilidade e qualidade de casca, especialmente no Nordeste.

A busca por eficiência também inclui materiais adaptados à mecanização. Com a escassez de mão de obra e a necessidade de ganho de eficiência, a colheita mecanizada tá avançando. Produtores buscam cultivares com firmeza, boa aderência de casca e resistência ao manuseio, características essenciais para reduzir perdas e manter o padrão dos bulbos durante a operação mecanizada.

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Híbridos como Lucinda e Cattena facilitam essa transição, garantindo segurança no processo, menos danos nos bulbos e padronização na pós-colheita. A mecanização tá se tornando viável não só para grandes produtores, mas também para pequenos agricultores que querem otimizar tempo, melhorar rendimento operacional e reduzir a dependência de mão de obra em momentos críticos do ciclo produtivo.

Com genética mais robusta, melhor desempenho por hectare e manejo facilitado, os híbridos seguem consolidando seu papel na evolução da cebolicultura nacional. Oferecem aos produtores maior previsibilidade e competitividade em um mercado cada vez mais desafiador.