Resumo da notícia
- O Parque Internacional de Paranavaí recebe de 25 a 27 de novembro a 4ª Feira Internacional da Mandioca, com expectativa de mais de 7 mil visitantes e movimentação financeira que pode superar R$ 250 milhões, valor da última edição.
- O Paraná lidera a produção nacional de mandioca para indústria, com rendimento médio quase o dobro da média nacional e respondendo por 65,6% da produção de fécula do país, resultado de investimentos em tecnologia e pesquisa.
- A Embrapa Mandioca e Fruticultura apoia o evento e apresenta novidades técnicas, como variedades mais produtivas e adaptadas à mecanização, visando reduzir custos e atender às demandas do setor.
- A programação técnica aborda manejo de pragas, combate à doença vassoura-de-bruxa e qualidade genética das manivas-sementes, com palestras e dias de campo para produtores e especialistas.
O Parque Internacional de Exposições de Paranavaí se prepara pra receber, pela quarta vez, a Feira Internacional da Mandioca (Fiman). O evento, que acontece de 25 a 27 de novembro, promete reunir mais de 7 mil visitantes e movimentar cifras que podem ultrapassar os R$ 250 milhões registrados na última edição, em 2023.
A Embrapa Mandioca e Fruticultura, com sede em Cruz das Almas (BA), não só apoia institucionalmente o evento como também comanda boa parte da programação técnica. E a presença da empresa de pesquisa não é por acaso – o Paraná lidera a produção nacional de mandioca para indústria, com números que impressionam até os mais experientes do setor.
Paraná mostra porque é referência nacional
Os dados do IBGE de 2024 revelam uma performance que deixa claro porque o estado concentra o maior complexo industrial de fécula, farinha e polvilho azedo do país. O rendimento médio paranaense alcançou 26.822 kg por hectare, quase o dobro da média nacional de 15.465 kg/ha.
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Só na produção de fécula, foram 689,3 mil toneladas no ano passado, sendo que o Paraná respondeu por impressionantes 65,6% de todo o volume nacional. Números assim não aparecem da noite pro dia – são resultado de anos de investimento em tecnologia e pesquisa.
O que a Embrapa vai apresentar na feira
Carlos Estevão Cardoso, chefe-geral substituto da Embrapa Mandioca e Fruticultura, explica a importância de marcar presença no evento. “É um momento estratégico para a mandiocultura nacional. Ali se concentra as principais lideranças do setor, com uma dinâmica de produção que atende mercados extremamente exigentes”, afirma.
Segundo ele, a Embrapa vem fazendo entregas importantes para a região Centro-Sul, especialmente no lançamento de variedades mais produtivas, com maior teor de amido e adaptadas à mecanização. “O objetivo é reduzir os custos de produção, mas também captar novas demandas do setor”, completa Cardoso, que vai participar da abertura oficial ao lado do chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento, Eduardo de Andrade.
Programação recheada de conteúdo técnico
A agenda técnica começa já no primeiro dia. Às 15h do dia 25, o pesquisador Rudiney Ringenberg fala sobre manejo integrado de mosca-branca e mandarová – duas pragas que tiram o sono de muitos produtores. No dia seguinte, Ringenberg também vai comandar um dia de campo pela manhã.
Mas é a nova doença que vem atacando plantações no Norte do país que deve gerar mais discussão. No dia 26, o analista Herminio Rocha apresenta estratégias de prevenção e combate à morte descendente da mandioca, também conhecida como vassoura-de-bruxa. Um problema recente que preocupa especialistas e produtores.
Rocha volta ao palco no dia 27 para falar sobre materiais de plantio. Ele coordena a Rede Reniva, iniciativa focada na produção e distribuição de manivas-sementes com qualidade genética e fitossanitária garantidas.
Tecnologias que fazem a diferença no campo
O estande da Embrapa, sob responsabilidade do analista Ildos Parizotto, vai apresentar um leque de soluções práticas. Entre elas, destaque para a técnica de termoterapia e os métodos de multiplicação de mudas desenvolvidos pela Rede Reniva.
Os visitantes também vão conhecer as variedades lançadas especificamente para a região Centro-Sul. Para uso industrial, estão disponíveis a BRS CS 01, BRS 420, BRS Boitatá e BRS Ocauçu. Já quem trabalha com mandioca de mesa pode contar com a BRS 429.
E tem novidade digital: a Embrapa acabou de lançar a plataforma Ater+ Mandioca (disponível em atermaismandiona.embrapa.br). O portal reúne informações confiáveis em formatos variados – textos curtos, vídeos, infográficos – tudo pensado pra facilitar o dia a dia no campo e tornar o conhecimento mais acessível.
Uma parceria que deu certo
Desde 2009, a Embrapa mantém um campo avançado na Embrapa Soja, em Londrina. A estratégia permitiu que pesquisadores ficassem mais próximos da realidade local, instalassem experimentos em propriedades parceiras e atendessem melhor as demandas específicas dos produtores paranaenses.
O resultado dessa proximidade? Já foram lançadas quatro variedades de mandioca industrial com alto rendimento de amido. As duas mais recentes, BRS Ocauçu e BRS Boitatá, chegaram ao mercado em julho deste ano, somando-se às já consolidadas BRS CS01 e BRS 420.
A Fiman é fruto da união de várias entidades: Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Sindicato Rural de Paranavaí, Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, Centro Tecnológico da Mandioca (Cetem), Prefeitura de Paranavaí, Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (Abam) e Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp).
A proposta é criar um espaço onde produtores conversam com industriais, fornecedores mostram novidades, consumidores entendem melhor a cadeia e varejistas identificam oportunidades. Um ambiente de negócios, sim, mas também de troca de conhecimento e construção coletiva de soluções.
Serviço:
- Evento: Feira Internacional da Mandioca (Fiman)
- Local: Parque Internacional de Exposições
- Endereço: BR-376, KM 108, Distrito Sumaré – Paranavaí (PR)
- Data: 25 a 27 de novembro de 2025
- Inscrições: https://fiman.com.br