Resumo da notícia
- Agentes do Ibama e Receita Federal apreenderam cerca de 48 kg de barbatanas de tubarão secas em malas no Aeroporto de Guarulhos, destinadas a Hong Kong, evidenciando o tráfico internacional ilegal de animais silvestres.
- As barbatanas são valorizadas no mercado asiático para uso culinário e medicinal, mas a exportação sem autorização ambiental é proibida no Brasil, colocando espécies de tubarões em risco.
- A operação Hermes, que combate o transporte ilegal de fauna e flora brasileiras, também apreendeu outras cargas irregulares e aplicou multas que somam R$ 84,7 mil.
- Especialistas analisarão as barbatanas para identificar as espécies traficadas, ajudando a mapear rotas do crime e fortalecer a fiscalização ambiental no país.
Na semana passada o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, foi cenário de uma operação que barrou o que poderia ser mais um capítulo no tráfico internacional de animais silvestres. Agentes do Ibama e da Receita Federal identificaram quatro malas suspeitas. E o conteúdo delas chamou atenção: aproximadamente 48 kg de barbatanas de tubarão, todas secas e desidratadas, prontas pra cruzar o oceano.

A dona das bagagens? Uma cidadã chinesa que mora legalmente no Brasil e estava prestes a embarcar rumo à Hong Kong. Quando os fiscais abriram as malas, encontraram apenas sacos plásticos, cada um com cerca de 1 kg de barbatanas. Nada de roupas, nada de disfarce. Era tudo barbatana mesmo.
O que torna essas barbatanas tão valiosas?
Pode parecer estranho, mas barbatanas de tubarão movimentam fortunas no mercado asiático. Elas são usadas tanto na culinária, com a famosa sopa de barbatana, quanto na medicina tradicional. O problema é que a demanda alta coloca diversas espécies de tubarões em risco, e o Brasil não permite esse tipo de comercialização sem as devidas autorizações ambientais.
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A operação, batizada de Operação Hermes, mira exatamente esse tipo de crime: o transporte ilegal de produtos da fauna e flora brasileiras. No mesmo dia e no mesmo local, a equipe do Ibama apreendeu outros 14 kg de barbatanas e cerca de 70 kg de carcaças de celulares,outro produto irregular que também rende multa.
Multas pesadas e destino incerto
No total, as infrações identificadas resultaram em autos que somam R$ 84,7 mil. As barbatanas apreendidas não vão pro lixo de qualquer jeito: antes da destruição, especialistas vão coletar fragmentos pra identificar quais espécies estavam sendo traficadas. Essas informações são cruciais pra entender melhor as rotas do tráfico e reforçar a fiscalização.
O Ibama deixa claro que ações como essa fazem parte de um compromisso maior com a proteção da biodiversidade brasileira. Afinal, cada apreensão é um passo a mais no combate ao tráfico internacional e na preservação de espécies que já sofrem com a pesca predatória.
Operação Hermes: de olho nas cargas suspeitas
A Operação Hermes não é novidade. Ela existe justamente pra apertar o cerco sobre cargas que precisam de autorização ambiental pra entrar ou sair do país. O foco é evitar que amostras do patrimônio genético brasileiro sejam enviadas ilegalmente pro exterior, além de coibir o transporte de resíduos e o tráfico de animais.
Pra quem acha que é fácil burlar a fiscalização, casos como esse mostram que o controle tá cada vez mais rigoroso. E quando a carga é flagrada, as consequências vem: multa alta, apreensão do material e, claro, um processo que pode resultar em sanções ainda maiores.