Vírus detectado em javalis mortos perto de Barcelona acende sinal vermelho no maior exportador de carne suína da União Europeia
Foto: Divulgação - FAEP/Senar-PR/CNA

A Espanha confirmou nesta sexta-feira (28/11) o primeiro caso de peste suína africana em três décadas. Dois javalis serem encontrados mortos na região de Barcelona com resultado positivo para o vírus. O anúncio do Ministério da Agricultura espanhol reacende preocupações sobre possíveis impactos econômicos na poderosa indústria de carne suína do país, líder absoluta no mercado europeu.

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A detecção do vírus ocorre em momento crítico para o setor. A Espanha não registrava casos da doença desde 1994 e atualmente lidera a produção de carne suína na União Europeia, representando aproximadamente um quarto de toda a produção do bloco e superando até mesmo a Alemanha.

O país depende fortemente das exportações para a China, seu principal mercado asiático. A confirmação da peste suína africana surge justamente quando o governo espanhol intensifica esforços para expandir sua participação no mercado chinês de proteína animal.

Acordo com China pode limitar danos comerciais

Apesar dos riscos de restrições às exportações, um acordo comercial firmado recentemente entre Espanha e China prevê que eventuais sanções se limitem apenas às regiões afetadas pelo vírus. Reduzindo significativamente o risco de um embargo nacional que seria devastador para a economia do setor.

“Não são boas notícias. Existe o risco de embargo contra o maior exportador de carne suína da UE, principalmente na Ásia e na China em particular”, alertou Jean-Paul Simier, analista do grupo francês de pesquisa de commodities Cyclope.

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A indústria suína espanhola já vinha atravessando um período turbulento antes mesmo da detecção do vírus. Desde julho, os preços da carne suína registram queda aproximada de 20%, pressionando as margens de lucro dos produtores e frigoríficos.

Medidas emergenciais ativadas

Após a confirmação dos casos, o Ministério da Agricultura notificou imediatamente a União Europeia e ativou protocolos de emergência na área afetada. As autoridades orientam que todas as granjas da região reforcem urgentemente os protocolos de biossegurança.

Equipes técnicas trabalham agora para rastrear a origem da infecção e evitar a propagação do vírus, que é altamente contagioso entre suínos. Mas não representa risco para humanos.

A peste suína africana não tem cura ou vacina disponível, tornando o controle de sua disseminação crucial para proteger tanto os rebanhos comerciais quanto a economia do setor.