A chegada de uma frente fria nos próximos dias na região Sudeste do Brasil deve ter impactos significativos na produção de alimentos. Essa mudança climática pode afetar diversos setores da agropecuária, desde a agricultura até a pecuária.
A queda brusca de temperatura e a possibilidade de geadas podem prejudicar severamente as lavouras de frutas, hortaliças e grãos. Culturas sensíveis ao frio, como tomate, morango e citros, correm risco de ter danos às folhas, flores e frutos, comprometendo a produtividade e a qualidade dos alimentos.
Além disso, a ocorrência de chuvas intensas associadas à frente fria pode causar alagamentos e erosão do solo, prejudicando o desenvolvimento das plantas e dificultando os trabalhos de colheita e transporte.
Impactos do clima na Pecuária
O gado de corte e de leite também sofre com a queda brusca de temperatura. O estresse térmico pode levar a uma redução no consumo de alimento e água, queda na produção de leite e até mesmo a morte de animais mais fracos ou doentes.
A necessidade de fornecer abrigo e suplementação alimentar aos rebanhos durante esse período de frio intenso também aumenta os custos de produção para os pecuaristas.
Para minimizar os impactos da frente fria, os produtores rurais devem adotar medidas preventivas, como:
- Proteger as lavouras com coberturas plásticas ou telas;
- Irrigar as plantações para evitar danos por geada;
- Fornecer abrigo e suplementação alimentar adequada aos animais;
- Monitorar constantemente as condições climáticas e estar preparado para agir rapidamente.
Essas ações podem ajudar a preservar a produção de alimentos e evitar perdas significativas durante esse período de instabilidade climática. No entanto, é importante ressaltar que os efeitos da frente fria podem ser sentidos ao longo de toda a cadeia produtiva, afetando os preços e a disponibilidade de diversos produtos agrícolas.
Precipitação no Brasil afeta cultivos de feijão, milho e trigo, revela Conab
Junho trouxe chuvas intensas para o Norte, Nordeste e Sul, favorecendo algumas culturas e prejudicando outras
Nas primeiras semanas de junho, o Brasil registrou volumes significativos de precipitação nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Essas chuvas beneficiaram o desenvolvimento do feijão e do milho terceira safra na região do Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia). No entanto, dificultaram a implantação e o estabelecimento do trigo no Rio Grande do Sul. Por outro lado, o tempo seco predominou no restante do país, favorecendo a maturação e a colheita do algodão e do milho segunda safra. Isso restringe o desenvolvimento do milho em estágio reprodutivo e do trigo em diferentes fases.
A análise é parte do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA) de junho, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apresenta uma análise detalhada das condições agroclimáticas e imagens de satélite dos cultivos de verão da safra 2023/2024.
Impactos do clima na produção agrícola
O boletim destaca que a análise espectral mostrou uma predominância de áreas com anomalias negativas do Índice de Vegetação (IV), causadas principalmente pela antecipação da colheita do milho e pelo atraso na semeadura e desenvolvimento do trigo. A falta de chuvas e as altas temperaturas durante o desenvolvimento do milho anteciparam sua maturação em algumas áreas. Isso impacta negativamente as lavouras em estágio reprodutivo. O trigo semeado mais cedo em áreas do Centro-Oeste, Sudeste e Paraná também sofreu restrições hídricas, prejudicando seu desenvolvimento.
Nas regiões Oeste Catarinense e Noroeste Rio-Grandense, os gráficos de evolução do IV indicaram atrasos na semeadura e desenvolvimento dos cultivos de inverno.
O Boletim de Monitoramento Agrícola é publicado mensalmente e resulta da colaboração entre a Conab, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam), além de agentes colaboradores que contribuem com dados pesquisados em campo. O boletim completo está disponível no site da Conab, oferecendo uma visão abrangente das condições agrícolas no Brasil.