Em Roraima, uma grave infestação de lagartas, identificadas como Spodoptera frugiperda, popularmente conhecidas como lagarta-do-cartucho, resultou na morte de mais de 7 mil bovinos, segundo relatos recentes. As lagartas são conhecidas por sua voracidade e capacidade de causar danos significativos às plantações e pastagens. Isso essencialmente priva os animais de sua principal fonte de alimentação.
As condições climáticas, incluindo temperaturas elevadas e a escassez de chuvas, têm aumentado a proliferação dessas lagartas. Essas condições criam um ambiente ideal para a reprodução das mariposas adultas, que posteriormente põem ovos que se transformam nas lagartas destrutivas. As mariposas adultas, detectadas em grandes quantidades nas armadilhas de monitoramento, indicam que os pecuaristas terão uma temporada difícil para o controle dessa praga.
A infestação não apenas reduz a disponibilidade de pasto para o gado, mas também aumenta a necessidade de uso de inseticidas, elevando os custos de produção e afetando a saúde do ecossistema local. A morte de tantos bovinos impacta severamente a economia agrícola de Roraima, onde a pecuária é uma atividade econômica crucial.
Especialistas sugerem que medidas integradas de manejo, incluindo a utilização de vírus específicos para lagartas e a introdução de inimigos naturais, são essenciais para controlar essa praga. No entanto, a resistência crescente das lagartas aos inseticidas químicos complica ainda mais a situação .
Essa crise sublinha a importância de práticas agrícolas sustentáveis e de uma vigilância constante para mitigar os impactos das pragas e proteger tanto a agricultura quanto a pecuária da região.
Governo de Roraima decretou situação de emergência no estado
O governo de Roraima anunciou o lançamento do Programa Emergencial de Apoio à Pecuária Familiar em resposta aos impactos da estiagem, escassez de recursos hídricos, incêndios e infestações de pragas que afetaram severamente os pequenos produtores do estado.
Durante coletiva de imprensa, o governador Antonio Denarium assinou o decreto que reconhece a situação de emergência nos municípios mais afetados. Entre eles Amajari, Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã. O texto prevê medidas para minimizar os danos e auxiliar a população afetada. Ele conta com a atuação conjunta do estado e prefeituras na recuperação das áreas atingidas.
O programa disponibilizará crédito de até R$ 1.750 por hectare atingido, com um teto de R$ 8.750 por produtor. Os recursos poderão ser utilizados para a compra direta de insumos, como adubo e sementes, com subsídio de até 90% dos custos. Além disso, o governo fornecerá apoio técnico para a recuperação de pastagens e renegociação de dívidas dos produtores rurais afetados.
Segundo o governador, Roraima tem o maior crescimento do rebanho bovino do país, e a manutenção da pecuária é essencial para a economia do estado. O programa visa não apenas a recuperação imediata, mas também a promoção de práticas sustentáveis que reforcem a resiliência das comunidades rurais em situações futuras.
Visitas ao locais de crise
O presidente do Iater, Marcelo Pereira, informou que técnicos do instituto estão realizando visitas nas propriedades rurais. Eles irão elaborar um levantamento das áreas de pastagens afetadas. Dados preliminares apontam que, em Mucajaí e Iracema, foram verificados 698 diagnósticos, com 5.591 animais mortos e 46.329 hectares de área de pastagem perdida.
O programa emergencial representa um esforço conjunto entre o governo estadual, instituições de classe e a comunidade rural para superar os desafios impostos pelos desastres naturais. Com isso, deve assegurar a sustentabilidade do setor agropecuário em Roraima.
1 comentário
É… A culpa é das lagartas… Não é do homem que destrói a natureza e causa toda essa reviravolta climática e também não é dos donos do gado que colocam mais gado do que deveriam em áreas onde nã há alimento para todos.