A demanda por produtos sustentáveis e ambientalmente responsáveis tem transformado diversos setores, e a indústria da beleza não é exceção. Os cosméticos sustentáveis, também conhecidos como cosméticos naturais, ecológicos ou cosméticos verdes, seguem uma tendência de crescimento no mercado, conquistando um número grande de consumidores preocupados com a saúde e o meio ambiente.
A popularidade dos cosméticos sustentáveis está incentivando marcas da beleza a repensar suas formulações e práticas de produção.
Grandes empresas estão lançando linhas de produtos ecológicos e investindo em certificações que garantem a sustentabilidade. Ao mesmo tempo, novas marcas estão surgindo com uma filosofia completamente alinhada para a sustentabilidade, com um emergente e ainda pouco explorado mercado consumidor.
O que são cosméticos sustentáveis?
Cosméticos sustentáveis são produtos de beleza que buscam minimizar os impactos ao meio ambiente, utilizando matérias primas sustentáveis e evitando substâncias químicas sintéticas prejudiciais tanto para a pele quanto para o meio ambiente.
Esses produtos são formulados sem parabenos, sulfatos, ftalatos e outras toxinas, priorizando componentes como óleos essenciais, extratos de plantas e minerais, ingredientes orgânicos, veganos, de origem não animal e cruelty-free.
Além disso, a produção desses cosméticos envolve em toda a cadeia produtiva práticas sustentáveis e ecologicamente responsáveis, como a agricultura orgânica, uso de embalagens recicláveis e biodegradáveis, uso racional da água e fortalecimento das comunidades bioextrativistas regionais.
Tipos de cosméticos sustentáveis:
- Cosméticos orgânicos: deve conter, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas.
- Cosméticos naturais: deve conter, no mínimo, 95% de matérias-primas naturais e não deve conter aditivos químicos.
- Cosméticos veganos: não contem matérias primas de origem animal como exemplo lanolina, colágeno, mel, cera de abelha.
- Biocosmeticos: produzidos a partir de ingredientes naturais desenvolvidos em condições laboratoriais com a ajuda de bactérias, fungos e leveduras como, por exemplo, ácido hialurônico produzido, peptídeos, enzimas, biocelulose.
Exemplo nacional
No Brasil a Natura é referência em sustentabilidade em sua cadeia produtiva. Em 2011 a empresa lançou o Programa Natura Amazônia e desde então mais de dois milhões de hectares de floresta foram conservadas, R$ 2,5 bilhões em volume de negócios movimentados na região amazônica e 28 mil pessoas impactadas diretamente.
A empresa ainda tem como meta aumentar para três milhões de hectares de conservação da Amazônia até 2030 e contribuir para o desmatamento zero até 2025.
A tendência é de crescimento contínuo. Além disso, consumidores estão cada vez mais informados e exigentes, pressionando a indústria a adotar práticas mais alinhadas ao ecologicamente correto e sustentável.
Por sua vez, as grandes empresas do ramo da beleza estão se reinventando atentos a esse mercado embora. Os custos de pesquisa e produção de cosméticos ecológicos são geralmente mais altos, refletindo-se nos preços finais para o consumidor. No entanto, segundo o caderno de tendências 2019 a 2020 do Sebrae, 29% dos consumidores brasileiros preferem comprar produtos de empresas com práticas sustentáveis e 73% dos consumidores de 20 a 34 anos estão dispostos a pagar mais por esses produtos.
Este movimento por cosméticos ecologicamente responsáveis não apenas reflete uma mudança de hábitos, mas também uma transformação cultural em direção à sustentabilidade e ao bem-estar coletivo