O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou a desclassificação de 14 marcas de café torrado devido à presença de matérias estranhas e impurezas, acima dos limites permitidos pela Portaria nº 570. As empresas responsáveis devem recolher os produtos impróprios para consumo. Isso conforme o artigo 29-A do Decreto 6.268/2007, que determina o recolhimento em casos de risco à saúde pública, adulteração, fraude ou falsificação de produtos.
Esta ação integra a Operação Valoriza, que realizou fiscalização em todo o país entre 18 e 28 de março de 2024, com 168 amostras de café. O Mapa orienta os consumidores que adquiriram esses produtos a interromperem o consumo e solicitarem a substituição, conforme o Código de Defesa do Consumidor.
Consumidores devem informar imediatamente pelo canal oficial Fala.BR ao encontrarem essas marcas à venda, detalhando o estabelecimento e endereço onde adquiriram o produto. O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária conduz as fiscalizações de café torrado e moído.
Em comunicado, o Mapa reafirma seu compromisso com a segurança alimentar e a qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores. E promete continuar com uma vigilância rigorosa em todo o Brasil para coibir irregularidades no mercado de café torrado e moído, assegurando a integridade e a confiança dos consumidores na indústria do café.
Falhas no processo de produção
As impurezas podem acabar nas embalagens de café torrado por diversas razões, que envolvem falhas em várias etapas do processo de produção. Entender esses pontos críticos é essencial para garantir a qualidade do produto final que chega ao consumidor.
Durante a colheita, os produtores podem misturar os grãos de café com elementos estranhos como folhas, galhos, pedras e outros detritos do campo. A colheita manual ou mecanizada influencia a quantidade de impurezas. A colheita mecanizada, por exemplo, tende a incluir mais material estranho devido à sua natureza menos seletiva .
Após a colheita, o café passa por um processo de beneficiamento, que inclui a secagem e a retirada da casca. Se o beneficiamento não for bem feito, resíduos da casca e outros materiais podem permanecer com os grãos. A secagem inadequada também pode levar à contaminação por insetos e outros agentes externos .
O armazenamento do café verde (não torrado) deve ser em condições controladas para evitar a contaminação. No entanto, práticas inadequadas de armazenamento podem levar à entrada de impurezas como poeira, terra, e até mesmo infestação por pragas .
Durante a torrefação, alguns materiais estranhos podem não ser completamente eliminados. A moagem pode exacerbar o problema se a peneiração e separação de materiais não forem eficientes. Equipamentos mal calibrados ou desgastados podem não remover adequadamente todas as impurezas .
Além disso, a empresa deve realizar o processo final de embalagem em ambientes limpos e sob condições higiênicas rigorosas. Para evitar esse risco, a área de embalagem deve bem cuidado e os equipamentos de embalagem regularmente limpos, para diminuir riscos significativos de contaminação do café com materiais estranhos.
Consequências e controle de qualidade
As impurezas no café torrado não apenas comprometem a qualidade do produto, mas também podem representar um risco à saúde dos consumidores. Sendo assim, para mitigar esses riscos, os produtores devem implementar sistemas de controle de qualidade rigorosos em cada etapa do processo, desde a colheita até a embalagem. Isso inclui inspeções regulares, manutenção de equipamentos e treinamento adequado dos funcionários.