O governo federal formalizou um acordo histórico com produtores e indústria do arroz. O objetivo é monitorar de perto o abastecimento e os preços do grão em todo o Brasil. A iniciativa, que contou com a presença dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, além do presidente da Conab, Edegar Pretto, tem como objetivo garantir estabilidade e justiça ao longo da cadeia produtiva até o consumidor final.
Andressa Silva, diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), destacou que agricultores e indústria se comprometeram a manter uma oferta regular do grão e preços equilibrados. E ainda, manter estoques nos centros consumidores e buscar alternativas para reforçar o abastecimento em áreas mais vulneráveis.
Em contrapartida, o governo se comprometeu a suspender temporariamente os leilões para importação do arroz, embora a medida provisória que autoriza essa operação permaneça válida até setembro. O presidente da Conab mencionou que, apesar da possibilidade de leilões, espera-se que o diálogo e compromisso firmado reduzam a necessidade de recorrer a esse mecanismo.
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, enfatizou que o acordo proporcionou um importante canal de comunicação com o governo federal. Ele permite esclarecer questões cruciais para o mercado de arroz e consequentemente mitigar riscos como a insegurança no setor e potenciais impactos na próxima safra.
Monitoramento e ações futuras
O acordo estabelece que a Câmara Setorial do Arroz, em conjunto com a Conab, irá criar um grupo de trabalho dedicado a monitorar de perto o comportamento do mercado de arroz. Semanalmente, a Conab realizará levantamentos de preços. Caso detecte aumentos significativos, a Câmara Setorial será comunicada e consequentemente deve mobilizar o setor produtivo e industrial. Ou seja, o foco será estabilizar os preços e garantir o abastecimento nas áreas afetadas.
Além disso, o governo federal se comprometeu a manter um diálogo contínuo com a cadeia produtiva do arroz, em parceria com o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Conab. O foco é assegurar que o produto chegue ao consumidor brasileiro a preços acessíveis.
Lançamento do programa “Arroz da Gente”
Na quinta-feira (4), o governo federal anunciou o lançamento do programa “Arroz da Gente”, como parte do Plano Safra deste ano. Essa iniciativa visa oferecer crédito com juros reduzidos, acompanhamento técnico, garantia de comercialização e facilitação de acesso a equipamentos agrícolas para pequenos agricultores. Isso inclui também máquinas como colheitadeiras e silos secadores de pequeno porte. O objetivo é modernizar a produção e eliminar a colheita manual. Inicialmente o programa vai beneficiar 10 mil famílias em 200 municípios de 14 estados nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Norte e Sudeste. Ou seja, vai ajudar onde a produção de arroz é limitada em comparação ao Sul, que responde por 85% da produção nacional.
Essas medidas fortalecem significativamente o setor de arroz no Brasil. Elas garantem não apenas a estabilidade econômica, mas também a segurança alimentar para os consumidores em todo o país.