O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a ocorrência de uma nova nova praga devastadora para o cacau, no município de Urucurituba, no Amazonas.

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A suspeita da monilíase do cacaueiro (Moniliophthora roreri) foi detectada em 24 de junho durante ações de vigilância fitossanitária. As ações, então, foram conduzidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e confirmada por análise laboratorial do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA/GO).

Primeiramente, mesmo antes da confirmação oficial, medidas emergenciais foram discutidas e implementadas em conjunto com as autoridades locais.

“Procedemos com a interdição imediata da propriedade afetada para evitar qualquer propagação da praga. Implementamos técnicas de erradicação para eliminar a monilíase na propriedade foco e proibimos o trânsito de frutos e amêndoas do município afetado para outras regiões”, relatou Edilene Cambraia, diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da SDA.

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Para evitar a dispersão da doença, a fiscalização sobre o trânsito de materiais vegetais hospedeiros da monilíase foi intensificada. “Aumentamos a fiscalização sobre o trânsito de vegetais e iniciamos campanhas de conscientização e treinamento em Urucurituba e em 10 municípios vizinhos entre Itacoatiara e Parintins, na divisa com o Pará, maior produtor de cacau do país. Essas ações estão em plena execução”, acrescentou Edilene.

Emergência fitossanitária

O Mapa prorrogou a declaração de emergência fitossanitária para os estados do Acre, Rondônia e Amazonas e incluiu o Pará, devido ao aumento do risco. Ou seja, o governo do Amazonas recebeu um pedido de restrição na emissão de notas fiscais interestaduais de amêndoas de cacau provenientes do estado.

A monilíase afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau e o cupuaçu. Sendo assim, causa perdas na produção e eleva os custos com medidas de manejo e aplicação de fungicidas. Além disso, o Mapa destaca a importância da notificação imediata de suspeitas da praga às autoridades fitossanitárias, enfatizando que a doença atinge apenas as plantas hospedeiras e não apresenta riscos à saúde humana.

Monolíase no Brasil

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) confirmou que o primeiro foco da monilíase do cacaueiro no Brasil foi identificado em julho de 2021 na cidade de Cruzeiro do Sul, no estado do Acre.

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Posteriormente, em novembro de 2022, um segundo foco da doença foi detectado no município de Tabatinga, no Amazonas. Ambos os estados estão adotando medidas de controle e erradicação da praga.

Além disso, os países da América do Sul como Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru já estão enfrentando a monilíase do cacaueiro.