A crescente digitalização do setor agrícola tem atraído a atenção de cibercriminosos, transformando a agricultura em um alvo vulnerável para ataques cibernéticos. A CrowdStrike, empresa americana de cibersegurança, que apresentou falhas hoje (19/07) e foi responsabilizada pelo “apagão cibernético”, observou um aumento de dez vezes nas intrusões interativas que impactam essa indústria do agro.
Por que a Agricultura é um Alvo?
Os cibercriminosos estão cada vez mais focados no agronegócio devido ao seu alto volume financeiro. A percepção é de que muitas empresas, especialmente as menores, possuem infraestruturas de segurança menos robustas.
As grandes corporações agrícolas, com suas significativas capacidades de pagamento, se tornam alvos valiosos em campanhas de ransomware. Sendo assim, os criminosos ajustam suas demandas de resgate conforme o tamanho da empresa, frequentemente resultando em resgates que podem alcançar milhões de dólares.
Além disso, a extorsão de dados está em ascensão, forçando até mesmo empresas com boas práticas de backup a considerar o pagamento de resgates para evitar vazamentos de informações sensíveis.
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Ameaças Cibernéticas e Hacktivismo
A atividade de crime eletrônico é considerada a principal ameaça cibernética para a indústria agrícola, com quase 80% das intrusões interativas atribuídas a cibercriminosos.
Embora o hacktivismo represente uma ameaça menor, grupos de interesse, como ativistas ambientais e dos direitos dos animais, podem realizar ataques oportunistas, exigindo que as organizações do setor permaneçam vigilantes.
Exemplos de Ataques Recentes
Casos notórios como, por exemplo, o ataque à Dole Food em fevereiro de 2023, demonstram o impacto desses ciberataques. A empresa sofreu um ransomware que prejudicou sua distribuição nos Estados Unidos, resultando em perdas de cerca de 10 milhões de dólares. Outro incidente envolveu sistemas de irrigação automatizados em Israel, que foram forçados a desligar, exigindo irrigação manual das plantações.
A responsabilidade, portanto, não recai apenas sobre a implementação de proteções adequadas, mas também sobre a conformidade com regulamentos de proteção de dados e a preparação para possíveis interações com entidades criminosas. Ou seja, a conscientização sobre o complexo panorama de ameaças é essencial para a defesa eficaz do setor agrícola.