A produtividade do milho safrinha 2023/2024 em Mato Grosso do Sul está entre as mais baixas dos últimos dez anos. A estimativa atual, divulgada pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), aponta uma redução de 86,3 para 69,77 sacas por hectare.
O monitoramento das lavouras, realizado pela Aprosoja/MS, mostra que 65,9% das áreas já foram colhidas até a quarta semana de julho. A colheita está mais avançada na região norte, com 82,8% das lavouras já colhidas. No sul, o percentual é de 66,1%, e no centro, 56,1%. O projeto SIGA-MS indica que os produtores já colheram aproximadamente 1,4 milhão de hectares.
Produtividade do milho safrinha
O último boletim revelou que, após a amostragem de 10% da área estimada (221.800 hectares), houve uma queda significativa na produção. A previsão inicial de 11,4 milhões de toneladas caiu para 9,2 milhões de toneladas. Além disso, a área plantada também apresenta uma expectativa de redução de 5,8% em comparação ao ciclo anterior, totalizando 2,2 milhões de hectares.
Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, destaca que os números ainda são preliminares, com a amostragem prevista para ser concluída em 13 de setembro. Ele aponta o estresse hídrico como o principal fator para a perda de produtividade. “Essa condição adversa afetou 767 mil hectares em Mato Grosso do Sul, com períodos de seca que variaram entre 10 e 30 dias, entre março e abril. Mais recentemente, entre abril e julho, o estado enfrentou 90 dias sem chuva, com a região norte já há mais de 100 dias sem precipitação”, explica.
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Segundo dados do projeto SIGA-MS, esta é a terceira pior produtividade da última década. Portanto ela fica atrás apenas das safras de 2020/2021, com 47,7 sacas por hectare, e 2015/2016, com 58,41 sacas por hectare.
Mateus Fernandes, analista de economia da Aprosoja/MS, estima que a quebra da safra de milho 2023/2024 deve resultar em um prejuízo de aproximadamente R$ 9,25 bilhões.
As previsões meteorológicas indicam que as temperaturas devem subir no estado a partir de 31 de julho. Ou seja, elas podem alcançar até 37°C, especialmente nas regiões pantaneira, norte e sudoeste. Além disso, até 8 de agosto, há previsão de chuvas de até 25 mm. Em resumo, as regiões sudoeste, oeste e sul do estado, devem receber os maiores acumulados de chuva.