Botânicos e agrônomos da Nestlé, em parceria com a Fundação Procafé, desenvolveram a Star 4, nova variedade de café adaptável, tipo Arábica. Ela apresenta crescimento rápido, alta tolerância à ferrugem e menor emissão de carbono. O objetivo é oferecer aos produtores mais produtividade e controle sobre as doenças.
O projeto, iniciado há dez anos, recebeu investimento de R$ 5,5 milhões. A equipe desenvolveu o café nas regiões cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais, no Brasil. Por sua resiliência, qualidade, produtividade e sabor característico do café brasileiro, selecionaram a Star 4, utilizando métodos tradicionais de melhoramento genético.
Entretanto, com a demanda global por café aumentando, eventos climáticos recentes sugerem que a área adequada para cultivar café Arábica pode reduzir mais de 50% até 2050, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Ou seja, para isso, a Nestlé, uma das maiores compradoras de grãos de café do mundo, desenvolveu a Star 4 para mitigar o impacto dessas mudanças e garantir o cultivo sustentável.
Redução no efeito estufa
A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), sendo assim, deve-se à produtividade aprimorada das plantas e aos métodos de cultivo. Marcelo Burity, chefe de Desenvolvimento de Café Verde da Nestlé, afirma: “Segundo relatório da MDPI, a maior parte das emissões de GEE na produção do café moído origina-se do seu cultivo. Portanto, otimizar as práticas de cultivo é vital para reduzir os impactos ambientais de cada xícara de café.”
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“A área de cafés Nestlé no Brasil está muito orgulhosa pelo desenvolvimento da Star 4. Esse é o nosso primeiro projeto de desenvolvimento de uma nova espécie de café Arábica no país, e os resultados têm sido muito satisfatórios. O café é uma das áreas prioritárias para a Nestlé e essa novidade ressalta o potencial do país como maior e mais sustentável produtor de café do mundo e celeiro de tecnologia e inovação”, complementa Rodolfo Climaco, gerente de Agricultura Cafés na Nestlé Brasil.
Jeroen Dijkman, chefe do Instituto de Ciências Agrícolas da Nestlé, destaca: “Estamos orgulhosos de dar mais um passo importante em direção a cadeias de suprimentos de cafés resilientes, garantindo que os consumidores possam continuar a desfrutar de um ótimo café no futuro. A nova variedade se destaca por ter grãos maiores e resistentes à ferrugem do café. Nossos testes de campo demonstraram que, utilizando insumos semelhantes, os rendimentos da Star 4 são substancialmente maiores do que os de duas variedades brasileiras bastante utilizadas – Catuaí e Bourbon. Além disso, apoia a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).”
Distribuição de mudas
O objetivo é engajar os agricultores no cultivo da Star 4, disponibilizando a variedade para produtores de café. “Os interessados, sendo assim, construirão juntos o plano de distribuição de mudas. A Nestlé (portanto) não tem o objetivo de tornar essa variedade exclusiva. A companhia acredita que pesquisa e tecnologia devem ser compartilhadas. Bem como o desenvolvimento de uma cafeicultura mais produtiva e sustentável é uma agenda pré-competitiva”, comenta Taissara Martins, gerente de ESG de Cafés Nestlé.
Além disso, antes da Star 4, a empresa desenvolveu duas variedades de café Robusta, Roubi 1 e Roubi 2, produzidas no México e que estão sendo lançadas agora.