A consultoria agrícola russa IKAR revisou para cima sua previsão de exportação de grãos para 2024. A nova estimativa aponta para um aumento de 2,2%, totalizando 56,2 milhões de toneladas métricas. A projeção anterior era menor.
Além disso, a IKAR também ajustou para cima a estimativa de safra de grãos, que passou de 128 milhões para 129,5 milhões de toneladas métricas. Enquanto isso, a previsão oficial do governo russo para a safra de 2024 permanece em torno de 132 milhões de toneladas.
Eventos climáticos
Condições climáticas extremas, como geadas na primavera, enchentes e calor intenso no verão, impactaram as perspectivas de colheita em algumas das principais regiões produtoras. Mesmo assim, a colheita foi acelerada em muitas áreas, com 40% dos campos já colhidos. Até a semana passada, cerca de 64 milhões de toneladas já haviam sido coletadas.
A Rússia, maior exportador de trigo do mundo, continua a superar expectativas, apesar dos desafios climáticos.
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Rússia e Brasil
O Brasil aumentou suas importações de diesel e fertilizantes da Rússia, alcançando a quinta posição entre os maiores mercados externos russos. Em 2022, o Brasil ocupava a 20ª posição, já uma melhora significativa em relação ao 28º lugar de 2019. Com esse avanço, o Brasil superou Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, que estavam entre os principais destinos das exportações russas em 2021, antes do início da invasão da Ucrânia por Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.
Em 2023, os Estados Unidos caíram para a nona posição, com as exportações russas para o país reduzidas em 67,5% em relação ao ano anterior e em 84% em comparação a 2021. Além disso, a Alemanha, que agora ocupa a 17ª posição, registrou uma queda de 86,3% nas importações da Rússia desde 2021. O Reino Unido sofreu a maior queda, despencando para o 31º lugar, com uma redução de 98,6% nas compras de produtos russos entre 2021 e 2023.
Contrariamente, as exportações da Rússia para o Brasil aumentaram 27,4% em 2023 em relação ao ano anterior e 75,6% em comparação a 2021. Desde 2019, ano pré-pandemia, o crescimento foi de 171,8%.
Os dados são do Centro de Comércio Internacional (ITC), agência conjunta da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização das Nações Unidas (ONU). Nas estatísticas brasileiras de balança comercial, a Rússia subiu de 11º maior fornecedor externo em 2019 para 6º em 2022, mantendo a 5ª posição no primeiro semestre de 2024, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic).