A demanda externa enfraquecida e a desvalorização do dólar frente ao Real pressionaram as cotações da soja no Brasil na última semana. Em resumo, as pesquisas do Cepea mostram que a maior parte dos consumidores evitou compras de grandes volumes no curto prazo. Os compradores monitoram o avanço da colheita nos Estados Unidos, que já começou, atraindo os importadores e reduzindo a competição pelo produto brasileiro. Pesquisadores do Cepea destacam que essa situação ampliou a diferença entre os preços ofertados pelos compradores e os pedidos pelos vendedores no mercado interno. Em algumas regiões, a diferença chegou a superar R$ 5 por saca.
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Produção e importação de soja
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou dados atualizados sobre a produção e importação de soja no Brasil. A nova estimativa aponta para recorde na importação de soja em 20 anos. Além disso, apresenta uma leve redução na safra de soja, que agora é projetada em 153 milhões de toneladas, em comparação com os 153,2 milhões de toneladas previstos anteriormente. Essa diminuição ocorre em um contexto onde a colheita de 2023 atingiu um recorde de 160,3 milhões de toneladas.
Recorde na importação
Além da revisão na produção, a Abiove também elevou a previsão de importação de soja para 930 mil toneladas em 2024. Ou seja, um aumento significativo em relação à estimativa anterior de 800 mil toneladas. Portanto, esse volume de importação representa um salto considerável em comparação às 181 mil toneladas importadas em 2023. Se essa previsão se concretizar, será a maior importação de soja pelo Brasil desde 2003, quando o país importou 1,19 milhão de toneladas.