A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil em 2024 está estimada em 295,1 milhões de toneladas. Isso de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor representa uma queda de 6,4% em relação à safra de 2023, que foi de 315,4 milhões de toneladas, totalizando uma redução de 20,2 milhões de toneladas. Em comparação à projeção de agosto, o número também foi revisado para baixo, com uma diminuição de 1,2 milhão de toneladas (-0,4%).
Apesar da redução na produção, a área destinada à colheita deverá crescer 1,1%. Alcançando assim 78,7 milhões de hectares, com destaque para o aumento de 3,3% na área plantada com soja e de 15,6% no algodão herbáceo. Entretanto, houve retrações significativas nas áreas de milho (-3,3%) e trigo (-11,9%).
Os principais produtos agrícolas continuam sendo arroz, milho e soja, que juntos representam 92,1% da produção total do país. Em relação a 2023, espera-se uma queda de 4,9% na produção de soja e uma redução expressiva de 11% no milho. Em contrapartida, o algodão deve registrar crescimento de 14,2% e o trigo, de 9%.
A análise regional mostra que a produção no Norte deve crescer 12,5%, enquanto todas as outras regiões apresentam quedas: Sul (-0,7%), Centro-Oeste (-9,9%), Sudeste (-15,8%) e Nordeste (-3,8%).
Mato Grosso se consolida como o maior produtor nacional de grãos, responsável por 31,1% da safra, seguido pelo Paraná (12,8%) e Rio Grande do Sul (12%).
Essas previsões fazem parte das estimativas divulgadas pelo IBGE em setembro, sendo um indicativo dos desafios que o setor agrícola brasileiro enfrentará no próximo ano, principalmente diante da retração nas culturas de milho e soja, essenciais para o agronegócio nacional.
Produção de batata e café registra variações positivas e negativas, aponta IBGE
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de batata-inglesa no Brasil deve atingir 4,4 milhões de toneladas em 2024, um aumento de 4,3% em relação à estimativa de agosto. Minas Gerais se destaca com um crescimento de 12,9% na produção, devendo alcançar 1,6 milhão de toneladas, o que representa 35,7% da produção nacional. A primeira safra de batata deve contribuir com 39,4% do total anual, sendo estimada em 1,7 milhão de toneladas, volume estável em comparação ao mês anterior, mas 3,8% menor que em 2023.
A segunda safra, que representa 33,8% do total, foi revisada para cima, com um aumento de 11,3%, totalizando 1,5 milhão de toneladas. Já a terceira safra, responsável por 26,7% da produção nacional, deve crescer 2,6% em relação a agosto e 8,3% em comparação com 2023, com destaque para São Paulo (+24,7%) e Minas Gerais (+7,4%).
No caso do café, a produção total do país, somando-se as espécies arábica e canephora, foi estimada em 3,5 milhões de toneladas, ou 58,8 milhões de sacas de 60 kg, o que representa uma queda de 1,5% em relação ao mês anterior. A produção de café arábica deve alcançar 2,5 milhões de toneladas, com um leve declínio de 0,2% em relação a agosto, mas um crescimento de 6,2% em relação a 2023. Minas Gerais, maior produtor de café arábica no país, mantém sua participação com 70,7% do total nacional, enquanto São Paulo e Espírito Santo registraram variações positivas e negativas, respectivamente.
Para o café canephora, ou conilon, a estimativa é de 1,0 milhão de toneladas. Uma redução de 4,7% em relação a agosto, com o Espírito Santo, maior produtor dessa espécie, apresentando uma queda de 4,0% na produção.
Esses dados refletem os desafios e as variações regionais que impactam a agricultura brasileira, seja pela produtividade das lavouras de batata ou pela influência das condições climáticas sobre a colheita do café.
IBGE também revisa safra de aveia e cevada com crescimento anual, mas redução mensal
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou as estimativas de produção agrícola para 2024, destacando crescimento em comparação ao ano passado, apesar de algumas retrações em relação ao mês anterior.
A produção de aveia (em grão) foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, registrando um declínio de 1,7% em relação à estimativa de agosto. No entanto, comparada ao ano de 2023, a produção apresentou um crescimento significativo de 33,7%. Esse aumento anual é impulsionado por melhores condições climáticas em 2024. Uma vez que, no ano anterior, o clima adverso afetou as lavouras de inverno na Região Sul do Brasil. Entre os principais estados produtores temos o Rio Grande do Sul, com 947,3 mil toneladas. Isso representa uma queda de 0,9% em relação a agosto, mas alta de 62,2% em comparação a 2023. E também o Paraná, com 167,9 mil toneladas, que apresentou declínios de 10,9% em relação ao mês anterior e de 32,1% em relação ao ano anterior.
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A produção de cevada em grão foi estimada em 430,1 mil toneladas. Um declínio de 8,1% em relação a agosto, mas um crescimento de 13,4% em comparação com 2023. A área plantada de cevada encolheu 11,5% no último mês, porém o rendimento médio aumentou expressivos 27,8%. As dificuldades climáticas em 2023 também influenciam os números positivos observados em 2024.
Feijão, milho e laranja: oscilações regionais afetam projeções para 2024
A produção de feijão no Brasil, considerando as três safras do grão, deve atingir 3,1 milhões de toneladas em 2024. Um leve aumento de 0,3% em relação a agosto e crescimento de 5,5% em comparação com 2023. O Paraná continua a liderar a produção, com 830,7 mil toneladas, ou 26,7% da safra nacional.
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A produção de milho total foi estimada em 116,7 milhões de toneladas. Isso representa uma queda anual de 11,0%. Porém, houve um pequeno aumento de 11,8 mil toneladas em relação a agosto. A primeira safra de milho mostrou uma leve retração, enquanto a segunda safra apresentou estabilidade com 93,7 milhões de toneladas.
Por outro lado, a produção de laranja sofreu uma queda de 13,0% em relação a agosto, totalizando 13,1 milhões de toneladas. A estiagem e as altas temperaturas prejudicaram a produtividade, especialmente em São Paulo. O estado revisou para baixo suas estimativas, com uma queda de 17,2% na produção.
Esses números demonstram a complexidade e as variações regionais que afetam as principais safras do Brasil, com fatores climáticos desempenhando um papel crucial na definição dos volumes finais.