Uma pesquisa global encomendada pela Bayer revelou que a mudança climática é a principal preocupação de agricultores. O relatório aponta que 75% dos agricultores estão dispostos a adotar novas tecnologias para lidar com os efeitos das mudanças climáticas, e o Brasil lidera esse movimento.
Segundo o levantamento, que ouviu 2.000 agricultores em oito países, 91% dos produtores brasileiros demonstraram abertura para práticas agrícolas regenerativas, posicionando o país no topo do ranking global nesse quesito.
A pesquisa, conduzida pela Kynetec entre junho e julho de 2024, identificou que as preocupações dos agricultores com a mudança no clima são motivadas principalmente pelas instabilidades climáticas e incertezas econômicas.
Cerca de 61% dos entrevistados no Brasil destacaram as mudanças climáticas como o principal desafio, seguido pelo custo e a falta de mão de obra (35%), e o aumento de pragas e doenças (31%).
Uso de tecnologia digital e práticas regenerativas
O estudo revelou um crescente interesse em tecnologias digitais no campo. No Brasil, 79% dos agricultores entrevistados já utilizam ferramentas digitais regularmente, superando a média global de 65%.
Além disso, 72% dos brasileiros demonstraram interesse em aprender sobre o uso de inteligência artificial na agricultura. Indíce que o coloca como um dos países mais engajados na adoção de novas tecnologias.
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A pesquisa também apontou que mais de 90% dos agricultores já implementaram práticas regenerativas, como rotação de culturas e plantio direto.
Os produtores brasileiros adotam, em média, 10 dessas práticas, acima da média mundial.
Mudança climática causa impacto econômico e social
Rodrigo Santos, presidente global da divisão agrícola da Bayer, destacou a importância das inovações no campo.“Os agricultores desempenham um papel vital na segurança alimentar e na sustentabilidade. Precisamos ouvi-los para enfrentar os desafios e ajudar a tornar o sistema alimentar mais resiliente”, afirma.
O relatório “Farmer Voice”, produzido pela Bayer, enfatizou ainda que 89% dos agricultores brasileiros encorajam as gerações futuras a seguir na agricultura.
Sendo assim, essa taxa é significativamente maior do que a média global, de 63%, reforçando o otimismo do setor no Brasil.