A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos mexeu com os mercados, mas os preços da soja contrariaram expectativas. Nesta quarta-feira (6/11), os contratos de soja para janeiro subiram 0,20%, encerrando a sessão a US$ 10,0375 por bushel na Bolsa de Chicago.
Dólar
O dólar disparou no exterior após a vitória do candidato republicano, movimento que geralmente pressiona as commodities agrícolas. Durante o pregão, a soja chegou a cair para US$ 9,82, mas reverteu as perdas no fechamento.
Segundo especialistas, o aumento recente nas exportações de soja dos EUA foi um fator-chave. Apesar da possibilidade de novas sanções e tarifas sobre exportações à China, os compradores asiáticos aceleraram as aquisições. Nas últimas semanas, os embarques semanais saltaram de 800 mil para mais de 2 milhões de toneladas.
Leia mais:
+ Agro em Campo: O que a vitória de Trump significa para o agronegócio brasileiro?
+ Agro em Campo: Estudo aponta cenário preocupante em áreas rurais do Paraná
EUA x China
Uma nova guerra comercial entre EUA e China, caso se confirme, pode favorecer o Brasil. Assim como em 2018, os chineses podem recorrer à soja brasileira. No entanto, a China já possui estoques suficientes para até dois meses, o que pode moderar o impacto no curto prazo.
Milho e trigo também registram alta
No mercado de milho, os contratos para dezembro subiram 1,85%, fechando a US$ 4,2625 por bushel. O trigo também encerrou em alta, com lotes para dezembro avançando 0,13%, para US$ 5,7325 por bushel.
A reação positiva dos grãos, mesmo com a valorização do dólar, reforça a complexidade do mercado agrícola global e os efeitos de uma possível reconfiguração comercial entre as maiores economias do mundo.