O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a importância da retomada da política de produção de fertilizantes para a soberania nacional. A fala foi durante a reunião de cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro. Um dos principais resultados da cúpula foi a assinatura do Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil e a Argentina. Isso permitirá a exportação de gás natural argentino ao Brasil, aumentando a competitividade da produção agropecuária brasileira.
O acordo estabelece um grupo de trabalho bilateral que irá identificar as ações necessárias para garantir a oferta de gás natural, especialmente da formação de Vaca Muerta. A estimativa inicial é de movimentação de 2 milhões de metros cúbicos por dia, podendo chegar a 30 milhões até 2030. Fávaro enfatizou que a compra do gás natural argentino é fundamental para garantir a produção de alimentos, combater a fome e controlar a inflação.
“Essa dependência extrema de fertilizantes importados colocava o Brasil em uma posição arriscada em sua capacidade de produzir alimentos. Hoje, estamos sinalizando ao mercado que as políticas de produção de fertilizantes estão voltando à realidade no Brasil”, afirmou Fávaro em coletiva ao lado do ministro Alexandre Silveira.
Dependência externa
O custo do gás natural argentino ao Brasil deve variar entre US$ 7 e US$ 8 por BTU. No ano passado, o Brasil importou cerca de 86% dos fertilizantes utilizados. Com o aumento do acesso ao gás natural argentino, espera-se que a produção agrícola se torne mais competitiva devido à ampliação do fornecimento de fertilizantes nitrogenados.
Fávaro também mencionou que o Brasil está se consolidando como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, com foco na produção sustentável e na segurança alimentar. Ele ressaltou que, sob a administração do presidente Lula, o país já abriu quase 300 novos mercados para a agropecuária.
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No entanto, o ministro alertou que um dos desafios a ser superado é a dependência externa de fertilizantes. “Com o retorno do presidente Lula, o país está novamente direcionando investimentos para garantir sua soberania nacional”, concluiu Fávaro.
Relação entre gás natural e fertilizantes
A relação entre gás natural e fertilizantes é fundamental para a produção agrícola, especialmente no contexto brasileiro. O gás natural é um insumo chave na fabricação de fertilizantes nitrogenados. Eles são amplamente utilizados na agricultura. Aproximadamente 70% a 80% dos custos de produção desses fertilizantes estão associados ao gás natural. Ele participa da transformação química necessária para produzir amônia, componente essencial dos fertilizantes nitrogenados.
Recentemente, o Brasil tem enfrentado uma dependência significativa da importação de fertilizantes, com cerca de 86% do mercado atendido por produtos estrangeiros. Essa situação representa um risco para a segurança alimentar e a soberania nacional. Desta forma, leva o governo a buscar formas de aumentar a produção interna de fertilizantes45.
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A assinatura de acordos para a importação de gás natural, como o recente entendimento com a Argentina, visa garantir um fornecimento mais estável e competitivo desse insumo. Permitindo que o Brasil amplie sua capacidade de produção de fertilizantes nitrogenados.
Aumento da competitividade
Com a expectativa de aumento na oferta de gás natural, especialmente da formação de Vaca Muerta na Argentina, o governo brasileiro espera que isso contribua para reduzir os custos de produção dos fertilizantes. E, consequentemente, aumentar a competitividade da agricultura nacional. O gás natural é visto como uma solução crucial para reverter a dependência externa. Promovendo uma produção agrícola mais sustentável e autossuficiente.
Além disso, o desenvolvimento do setor de gás natural no Brasil é considerado uma estratégia vital para revitalizar a indústria de fertilizantes. O investimento em infraestrutura para transporte e distribuição do gás é necessário para atender à demanda crescente por fertilizantes no país14. Portanto, a relação entre gás natural e fertilizantes não apenas impacta os custos de produção agrícola. Mas também está intrinsecamente ligada à segurança alimentar e à competitividade do agronegócio brasileiro.