A Bayer e a Embrapa anunciaram iniciativas inéditas para calcular a pegada de carbono do algodão e avançar na descarbonização das cadeias produtivas do país. A ferramenta Footprint PRO Carbono foi desenvolvida em parceria pelas instituições. E realizou a primeira mensuração da pegada de carbono de cotonicultores brasileiros, utilizando dados primários de propriedades no Mato Grosso. O cálculo, focado em aproximadamente 77 mil hectares. E estimou uma média de 329 kg de CO₂ equivalente por tonelada de algodão, com potencial de redução de até 32%.
Marina Menin, diretora da área de carbono da Bayer, destacou a importância de entender a dinâmica de emissões regionais para desenvolver soluções alinhadas à agricultura regenerativa. Além da Bayer e da Embrapa, associações como a Abrapa e a Abiove participam do projeto, que busca criar uma referência nacional para a pegada de carbono do algodão e seus derivados.
“Acreditamos no potencial de crescimento da cadeia produtiva do algodão. E a ABIOVE tem a satisfação de participar dessa cooperação técnica que ressaltará os atributos ambientais dos produtos dessa agroindústria que contribui para a produção de alimentos, rações, fibras e bioenergia” destacou André Nassar, presidente da ABIOVE.
Soja com menor pegada de carbono
No segmento da soja, a Cooperalfa, de Santa Catarina, aderiu à iniciativa, com o cálculo inicial da pegada de carbono em 5.000 hectares. A Footprint PRO Carbono estimou uma média de 643 kg de CO₂ equivalente por tonelada, significativamente inferior à média internacional de 1.526 kg. Com práticas aprimoradas, é possível reduzir o impacto para 383 kg, segundo Antônio Everaldo, executivo da Bayer.
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Durante o evento Carbon Science Talks, a Bayer e a Embrapa também apresentaram o Modelo Preditivo PRO Carbono, que simula a dinâmica de carbono no solo considerando práticas conservacionistas. Luis Gustavo Barioni, da Embrapa, destacou que a solução reduzirá custos de análises e impulsionará projetos em larga escala na agricultura tropical.
Reconhecimento global
Renata Ferreira, da Bayer, reforçou que o alinhamento com padrões internacionais é essencial para validar as soluções brasileiras e garantir competitividade no mercado de carbono. A Bayer é uma das quatro empresas selecionadas pela Verra para adaptar protocolos de contabilidade de emissões ao contexto tropical, marcando um avanço para a agricultura nacional.
O Carbon Science Talks, realizado em Campinas (SP), reuniu pesquisadores, empresas e especialistas para debater avanços na agricultura sustentável. A iniciativa demonstra o compromisso do agronegócio brasileiro com a mitigação climática e a valorização de commodities de baixo impacto ambiental.