Os preços da soja no Brasil registraram novas quedas e voltaram aos patamares reais mais baixos desde março de 2024. Segundo levantamento do Cepea, a desvalorização ocorreu devido ao avanço da colheita da safra 2024/25, à redução das retenciones sobre o complexo soja na Argentina e à desvalorização cambial. Esses fatores reduziram a demanda pela soja brasileira, afastando compradores. Além disso, o Ano Novo Chinês, iniciado em 29 de janeiro, deve manter o ritmo de negociações desaquecido nos próximos dias. Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, até o dia 30, o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná acumulou queda de 6,2%, com a média atual a R$ 129,82 por saca de 60 kg, o menor valor desde março de 2024 em termos reais.
Milho segue em alta com demanda aquecida
Os preços do milho continuam em alta no mercado brasileiro, impulsionados pela retração dos vendedores e pela forte demanda. De acordo com pesquisadores do Cepea, muitos produtores estão focados na colheita da safra de verão e na semeadura da segunda safra. Ou seja, com isso há redução imediata da oferta do cereal. Enquanto isso, compradores buscam recompor os estoques, elevando a procura pelo produto. Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), voltou a se aproximar de R$ 75 por saca de 60 kg, refletindo esse cenário de oferta restrita e demanda firme.
Feijão tem preços pressionados pela queda na qualidade
As colheitas da primeira safra de feijão avançam no Brasil, mas as chuvas comprometem a qualidade dos grãos. Pesquisadores do Cepea apontam aumento na oferta de feijão manchado e brotado, o que pressiona as cotações. Levantamentos do Centro de Pesquisas indicam que, embora a comparação entre as médias semanais mostre desvalorização, houve certa estabilidade nos preços entre as duas últimas quintas-feiras. O feijão de melhor qualidade, escasso no mercado, se manteve com valores sustentados. No geral, produtores acompanham o ritmo do plantio da segunda safra, que pode influenciar as cotações nas próximas semanas.
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