Uma pesquisa de opinião realizada pela Embrapa Cerrados revelou que 74% dos produtores rurais brasileiros utilizam plantas de cobertura em suas propriedades. Indicando uma crescente conscientização sobre os benefícios dessa prática para a saúde do solo e a sustentabilidade da produção agrícola. Entre os 26% que ainda não adotam a tecnologia, quase todos se mostraram dispostos a considerar seu uso, demonstrando um potencial de expansão ainda maior.
O levantamento, que ouviu 709 participantes, incluindo produtores rurais, gerentes agrícolas, consultores técnicos e representantes de instituições ligadas ao agronegócio. E buscou entender os critérios que influenciam a decisão de adotar ou não as plantas de cobertura, o nível de conhecimento sobre seus benefícios e as dificuldades enfrentadas pelos produtores.
“Nosso objetivo é entender os critérios que levam os produtores rurais a adotarem ou não as plantas de coberturas em suas propriedades e o nível de conhecimento sobre seus benefícios, além de identificar as dificuldades que eles têm em relação à tecnologia”, explica o pesquisador Marcelo Ayres, coordenador da pesquisa.
Prática consolidada
Entre os produtores que já utilizam plantas de cobertura, cerca de 50% o fazem há mais de cinco anos e 30% há mais de dez anos. Isso mostra que a prática está consolidada em muitas propriedades. Metade dos respondentes utilizam plantas de cobertura em uma área equivalente a 40% da área agrícola da propriedade.
As espécies mais utilizadas são a braquiária ruziziensis (57%) e o milheto (54%), seguidas pelo nabo-forrageiro (37%). As culturas comerciais mais plantadas nas propriedades dos entrevistados são o milho e a soja.
A ampliação da área com plantas de cobertura nas propriedades depende da disponibilidade de sementes comerciais em quantidade, qualidade e procedência conhecida, além de informações sobre as espécies mais adequadas para o cultivo.
A pesquisa também revelou que quase 70% dos produtores adquirem sementes para plantio, enquanto 34% produzem sua própria semente. Isso sugere um grande mercado para sementes das espécies de plantas de cobertura.
Minas Gerais se destaca
Minas Gerais foi o estado com maior representatividade entre os participantes da pesquisa, seguido do Paraná, São Paulo e Goiás.
A Embrapa Cerrados pretende repetir a pesquisa periodicamente, para acompanhar a evolução da adoção de plantas de cobertura no país. Isso a exemplo do que é feito nos Estados Unidos.
O relatório completo com a análise de todos os dados e informações está sendo elaborado para divulgação completa dos resultados.
As plantas de cobertura são cultivadas com o objetivo de proteger o solo emelhorar suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Além disso, podem reduzir a erosão, controlar plantas daninhas e aumentar a matéria orgânica. A prática contribui para a sustentabilidade da produção agrícola e a redução da dependência de fertilizantes químicos.
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