Pesquisadores do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) confirmaram a presença do tatu-mirim (Dasypus septemcinctus) no Parque Natural Municipal do Pombo, em Três Lagoas (MS), usando análises genéticas e armadilhas fotográficas.
O estudo contou com a colaboração da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o apoio da Prefeitura de Três Lagoas, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA). Os cientistas identificaram a espécie ao comparar seu DNA mitocondrial com bancos genéticos, eliminando qualquer dúvida sobre a classificação.
“O uso da genética foi fundamental para validar a presença de Dasypus septemcinctus na região. As análises moleculares não apenas confirmaram a espécie, mas também ajudaram a entender suas relações genéticas”, afirma Carla Gestich, coautora do estudo.
Registro Raro
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O tatu-mirim, uma das menores espécies de tatu, tem carapaça com seis a sete bandas móveis e muitas vezes é confundido com o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus). Embora sua distribuição inclua o Mato Grosso do Sul, os registros na região eram limitados.
Os pesquisadores registraram a presença da espécie de duas formas: uma imagem capturada por armadilha fotográfica e a análise genética de um animal atropelado. “Confirmar o tatu-mirim no estado representa um avanço no conhecimento sobre essa espécie pouco estudada”, destaca Arnaud Desbiez, coordenador do estudo e presidente do ICAS.
O Parque Natural Municipal do Pombo já abriga oito espécies de Xenarthra, grupo que inclui tatus, tamanduás e preguiças. Além disso, a descoberta reforça a importância da área para a conservação da biodiversidade no Cerrado.
Pesquisadores alertam para os desafios enfrentados pelo bioma, um dos mais ameaçados do mundo. “O Cerrado está desaparecendo antes mesmo de registrarmos toda a sua diversidade. Ou seja, corremos o risco de perder espécies que sequer conhecemos”, adverte Desbiez.
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Portanto, diante desse cenário, especialistas defendem mais investimentos em pesquisa e proteção ambiental. “Precisamos compreender melhor a distribuição e a ecologia do tatu-mirim, além de fortalecer áreas protegidas”, conclui Gestich.
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