O papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, em Roma. O falecimento foi confirmado pelo Vaticano às 2h35 no horário de Brasília (7h35 local). Jorge Mario Bergoglio liderou a Igreja Católica por quase 12 anos.
Em nota oficial, o Vaticano afirmou: “O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja […] Recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”.
O Papa ainda defendeu o desenvolvimento rural como chave para combater a fome, afirmando que as comunidades devem ser protagonistas do próprio progresso, evitando a dependência de ajuda externa. Ele valorizou o conhecimento dos povos indígenas na gestão dos recursos naturais e destacou o papel das mulheres e jovens como pilares da inovação e mudança positiva nas zonas rurais
Influência da Igreja na agricultura
A presença da Igreja Católica no Brasil desde a colonização teve um impacto significativo em diversos aspectos da sociedade, incluindo a agricultura. A herança católica não se limita apenas à religião, mas também se reflete nas práticas agrícolas, nas plantas cultivadas e nas tradições que perduram até hoje.
Nesta matéria, vamos mostrar algumas curiosidades sobre como a fé católica moldou a agricultura brasileira, destacando plantas como o feijão fradinho, a espada de São Jorge e o capim santo.
Feijão fradinho: um alimento tradicional
O feijão fradinho, também conhecido como feijão-de-corda, é um alimento típico do Nordeste brasileiro e tem raízes profundas na cultura católica da região.
Durante as festividades religiosas, especialmente as festas juninas, o feijão fradinho é amplamente consumido em pratos tradicionais como a farofa e o caldo. A Igreja Católica, ao promover a agricultura local e incentivar o cultivo de alimentos que sustentam a população, contribuiu para a valorização desse ingrediente nas mesas brasileiras.
Espada de São Jorge: proteção e simbolismo
A espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata) é uma planta que se tornou um símbolo de proteção nas casas brasileiras. Sua associação com o santo é forte, pois muitos acreditam que ela afasta energias negativas e traz boa sorte.
Além de carregar um forte valor simbólico, a espada de São Jorge se destaca por sua resistência e adaptação a diferentes condições climáticas, o que a torna uma escolha frequente entre agricultores interessados em diversificar suas plantações.
Capim santo: aromas e tradições
O capim santo (Cymbopogon citratus), também conhecido como capim-limão, é uma erva amplamente utilizada na culinária brasileira e possui propriedades medicinais reconhecidas. Sua utilização remonta ao período colonial, quando os padres jesuítas introduziram práticas agrícolas que incluíam o cultivo de ervas aromáticas.
O capim santo costuma integrar chás e remédios caseiros, refletindo a intersecção entre a fé católica e as tradições populares de cura.
Influência das festas religiosas na agricultura
As festas religiosas católicas têm um papel fundamental na agricultura brasileira. As celebrações de santos padroeiros muitas vezes coincidem com períodos de colheita, criando uma conexão entre a fé e o trabalho agrícola. Durante essas festividades, é comum que os agricultores realizem bênçãos das plantações e ofereçam agradecimentos pela colheita abundante.
Além disso, as tradições relacionadas ao calendário religioso influenciam diretamente os ciclos agrícolas. Por exemplo, o plantio do milho muitas vezes está alinhado com as festas de São João, refletindo uma prática cultural que une fé e agricultura.
A herança católica na agricultura brasileira é rica e multifacetada, abrangendo desde práticas de cultivo até simbolismos associados às plantas. O feijão fradinho, a espada de São Jorge e o capim santo são apenas algumas das manifestações dessa influência que perdura ao longo dos anos. A intersecção entre fé e agricultura não apenas enriquece a cultura brasileira, mas também fortalece os laços comunitários em torno das tradições alimentares que sustentam a população. Ao reconhecer essas conexões, podemos valorizar ainda mais a diversidade cultural que compõe o Brasil rural contemporâneo.
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