A equideocultura brasileira alcançou um novo patamar no mercado global com a exportação de 25 cavalos para a Europa. A operação, realizada no dia 16 de fevereiro no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, contou com uma estrutura especial para garantir a segurança e o bem-estar dos animais até a liberação aduaneira pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Os trâmites para o embarque começaram em outubro de 2023, evidenciando a complexidade e a organização necessárias para a operação. Para atender aos padrões sanitários internacionais, foi montada uma estrutura temporária denominada Animals Station, que incluiu baias individuais, ventiladores com climatizadores e suporte técnico de tratadores e veterinários.
Entre os equinos embarcados, há aqueles que continuarão competindo sob a bandeira brasileira e outros destinados a criação ou comercialização na Europa. O destino final dos animais inclui países como Alemanha, Holanda e Portugal.
Fiscalização rigorosa e conformidade sanitária
Os auditores fiscais federais agropecuários da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Galeão foram responsáveis por fiscalizar os passaportes dos cavalos e emitir os certificados veterinários internacionais, seguindo as exigências sanitárias europeias. Antes do embarque, todos os animais passaram por um período de quarentena no Brasil, garantindo a conformidade com as normativas de biossegurança.
Essa foi a segunda exportação de equinos vivos para a União Europeia em um intervalo de três meses. O mercado europeu para cavalos brasileiros foi oficialmente aberto em agosto de 2023, consolidando novas oportunidades para o setor.
Impacto econômico e projeções futuras
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Pablo Macedo, a segurança sanitária e o bem-estar animal são essenciais para fortalecer a confiança internacional nos produtos brasileiros e impulsionar a economia.
A operação contou com a expertise do médico veterinário e CEO da Carga Viva Export, Sandro Cancian, que coordenou toda a logística no Galeão, alinhando-se a padrões rigorosos de segurança e bem-estar animal. O processo também teve apoio da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e de autoridades como o MAPA e o adido do Brasil em Bruxelas.
Para os próximos meses, a previsão é de que algumas companhias aéreas retomem voos regulares para o transporte de equinos no Galeão, facilitando novas exportações. O setor também trabalha na ampliação das possibilidades de embarque, incluindo a autorização para transporte de asininos e material genético, além da habilitação de outros estados brasileiros para exportação.
Parcerias estratégicas e desenvolvimento do setor
O presidente da Câmara Setorial de Equideocultura (CSE), Nuno Miguel Gomes da Costa Brito Eusébio, ressaltou que essa operação é um marco para o setor. E demostra a viabilidade de uma estrutura completa para exportação de cavalos e o cumprimento dos requisitos técnicos internacionais. “Ainda há desafios, mas esse é um avanço significativo para a equideocultura brasileira”, afirmou.
Eusébio também destacou o papel fundamental do Ministério da Agricultura e de outras entidades no processo. A atuação de Ismael Gonçalves da Silva, presidente da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (ABPSL), foi essencial para consolidar a exportação. Além disso, o consultor técnico da Câmara Setorial, Carlos Nogueira, contribuiu diretamente na atualização de testes e na operacionalização dos processos junto aos laboratórios nacionais.
A exportação de cavalos brasileiros para a Europa representa um avanço estratégico para o setor. E fortalece o Brasil como fornecedor de equinos de alta qualidade para competições e criação. Com um mercado em expansão e infraestrutura aprimorada, as perspectivas para novas negociações internacionais são promissoras, consolidando a equideocultura brasileira no cenário global.
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