O Plano Safra, política agrícola anual do governo federal, é um pilar fundamental para garantir o abastecimento de comida na mesa dos brasileiros e fortalecer o agronegócio, setor que responde por 27% do PIB nacional.
Com investimentos significativos e políticas direcionadas, o plano visa fortalecer a produção agrícola e apoiar os agricultores, especialmente aqueles da agricultura familiar, que são responsáveis por uma parte significativa da alimentação do país.
Na edição 2024/2024, o programa atingiu um recorde histórico de R$ 400 bilhões em recursos, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Mas como esses investimentos impactam diretamente a alimentação da população?
Investimentos recordes
Deste valor, R$ 76 bilhões são destinados em créditos e financiamentos voltados para a agricultura familiar, representando um aumento de 34% em relação ao ano anterior. Este montante é destinado a diversas linhas de crédito que visam não apenas aumentar a produção, mas também promover práticas sustentáveis e a inclusão social no campo.
R$ 246 bilhões são destinados a custeio e comercialização, essenciais para que produtores rurais comprem insumos, sementes e mantenham a produção em escala. Os resultados são palpáveis: a safra de grãos 2023/2024 deve chegar a 315 milhões de toneladas, segundo a Conab, volume suficiente para abastecer o mercado interno e manter o Brasil como um dos maiores exportadores globais de alimentos.
Apesar dos avanços, especialistas destacam a necessidade de ampliar investimentos em logística e irrigação para reduzir perdas (que chegam a 10% das safras, segundo a Embrapa). Além disso, o Plano Safra tem sido crucial para consolidar o Brasil como potência agroambiental: 66% dos recursos do programa exigem compromissos com práticas sustentáveis, como recuperação de pastagens e redução de emissões,além da erradicação do desmatamento ilegal. Essas iniciativas visam garantir que a produção agrícola não comprometa os recursos naturais e contribua para um futuro mais sustentável.
Além disso, o plano inclui medidas específicas para apoiar mulheres, jovens e comunidades tradicionais no acesso ao crédito rural, promovendo assim uma maior inclusão social no setor agropecuário.
Combate à inflação dos alimentos
O impacto do Plano Safra é evidente na produção agrícola brasileira. Dados do IBGE indicam que, apesar das dificuldades enfrentadas em 2024 devido a eventos climáticos extremos, as expectativas para a safra deste ano são otimistas. O ministro Haddad mencionou que o Brasil pode colher uma grande safra, talvez uma das maiores já registradas. Isso não apenas ajudará a estabilizar os preços dos alimentos, mas também garantirá o abastecimento interno e as exportações.
Ele também enfatizou que “a primeira providência para tratar da inflação de alimentos é fazer planos safras cada vez mais robustos”. O governo está comprometido em expandir o Plano Safra para garantir que o Brasil continue a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Além disso, o fortalecimento da agricultura familiar é essencial para combater a fome e promover a soberania alimentar. O Plano Safra busca aumentar a capacidade produtiva desses agricultores por meio de acesso facilitado a crédito e tecnologias adequadas.
Retorno econômico
Para cada R$ 1,00 investido no Plano Safra, o agronegocio brasileiro gera R$ 10 em riquezas. Isso de acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária). Esse dinamismo reflete no prato do consumidor. Em 2023, o Brasil registrou a maior produção de carne bovina (8,2 milhões de toneladas) e frango (14,8 milhões de toneladas) da história. Portando, ajudando a estabilizar os preços mesmo em cenários globais inflacionários.
Dados do IBGE revelam que 70% dos itens da cesta básica brasileira – como arroz, feijão, leite e carnes – dependem diretamente de cadeias produtivas apoiadas pelo Plano Safra. Além disso, o programa financia tecnologias que aumentam a produtividade. Nos últimos 10 anos, a produção de grãos saltou 62%, enquanto a área plantada cresceu apenas 29%. Isso graças a inovações como agricultura de precisão e sementes adaptadas ao clima.
O Plano Safra é fundamental para assegurar que o Brasil continue a produzir alimentos em quantidade e qualidade suficientes para atender sua população crescente. Com investimentos robustos e uma abordagem focada na sustentabilidade e inclusão, o plano não apenas combate a fome, mas também fortalece a economia rural brasileira. A continuidade dessas políticas será crucial para enfrentar os desafios futuros relacionados à segurança alimentar e às mudanças climáticas.
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