O início de março marca o início do plantio do trigo de segunda safra, conhecido como safrinha, no Cerrado do Brasil Central. Os produtores têm voltado mais atenção para essa cultura devido aos seus benefícios agronômicos e à rentabilidade que proporciona. Na atual safra, a estimativa aponta para a semeadura de 200 a 250 mil hectares, o que representa um crescimento de 5% a 10% em comparação ao ano anterior.
O cultivo do trigo safrinha é uma estratégia para diversificar culturas, mitigar problemas e diminuir riscos. Ele promove a quebra do ciclo de pragas e doenças, como fungos de solo e nematoides. Isso além de permitir a rotação de princípios ativos de defensivos agrícolas. Assim, contribuindo para o vazio sanitário e o controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato.
Para obter ganhos de produtividade, é importante semear entre o início e o final de março, considerando as precipitações da região. A correção do solo quanto à acidez deve ocorrer com o uso de calcário, enquanto o gesso agrícola neutraliza o alumínio em profundidade. O plantio direto na palhada da cultura de verão ajuda a proteger o solo das altas temperaturas e a minimizar a perda de água.
Cultivar adaptada à região
A Embrapa desenvolveu a cultivar BRS 404, adaptada para condições de baixa precipitação no Brasil Central. Ela apresenta maior tolerância ao déficit hídrico, ao calor e ao alumínio no solo. Além de excelente qualidade tecnológica de grãos e elevada produção de palhada. A produtividade pode chegar a 60 sc/ha no Planalto Central, desde que as chuvas sejam bem distribuídas.
O trigo produzido na região do Cerrado é o primeiro a ser colhido na safra brasileira, podendo ser comercializado a preços mais atrativos. A colheita ocorre entre junho e julho, garantindo um produto de excelente qualidade, livre de micotoxinas que afetam lavouras do Sul do país em anos chuvosos.
O plantio do trigo safrinha no Brasil Central oferece uma oportunidade para os produtores diversificarem suas culturas e aumentarem a rentabilidade. Com as recomendações adequadas de manejo e o uso de cultivares adaptadas, como a BRS 404, os produtores podem aproveitar os benefícios agronômicos e econômicos dessa cultura.
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