A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou dados atualizados sobre a produção e importação de soja no Brasil. A nova estimativa aponta para recorde na importação de soja em 20 anos. Além disso, apresenta uma leve redução na safra de soja, que agora é projetada em 153 milhões de toneladas, em comparação com os 153,2 milhões de toneladas previstos anteriormente. Essa diminuição ocorre em um contexto onde a colheita de 2023 atingiu um recorde de 160,3 milhões de toneladas.
Recorde na importação
Além da revisão na produção, a Abiove também elevou a previsão de importação de soja para 930 mil toneladas em 2024. Ou seja, um aumento significativo em relação à estimativa anterior de 800 mil toneladas. Esse volume de importação representa um salto considerável em comparação às 181 mil toneladas importadas em 2023. Se essa previsão se concretizar, será a maior importação de soja pelo Brasil desde 2003, quando o país importou 1,19 milhão de toneladas.
A associação esclareceu que não existe uma relação direta entre a queda na safra e o aumento nas importações. Em 2023, as importações de soja pelo Brasil atingiram a menor marca desde 2019, com apenas 144 mil toneladas. A Abiove ressaltou que a soja importada provém principalmente de países vizinhos da América do Sul. Para a associação o movimento representa uma “oportunidade natural” para complementar o mercado interno. Este cenário ocorre em um ano em que o Brasil também está realizando grandes exportações e aumentando o esmagamento da soja, especialmente para a produção de biodiesel.
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A previsão de exportação de soja do Brasil para 2024 permanece em 97,8 milhões de toneladas. Ou seja, ligeiramente abaixo do recorde de 101,87 milhões de toneladas registrado em 2023. O processamento de soja também se mantém em patamares elevados, com uma estimativa de 54,5 milhões de toneladas para este ano, em comparação com 54,16 milhões de toneladas no ano anterior.
Processamento e demanda
Além disso, a exportação de farelo de soja foi ajustada para cima, agora estimada em 22 milhões de toneladas, um aumento de 300 mil toneladas em relação à previsão anterior. Esse crescimento é atribuído à maior demanda do Sudeste Asiático, embora o volume ainda fique abaixo das 22,47 milhões de toneladas exportadas em 2023.
A Abiove, por fim, não alterou as estimativas de produção, exportação e consumo interno de óleo de soja, que permanecem em 11 milhões, 1,15 milhão e 9,9 milhões de toneladas, respectivamente. Em conclusão, esses dados refletem um panorama complexo para o setor de soja no Brasil, que, apesar da leve redução na produção, continua a se adaptar às demandas do mercado interno e externo.