As queimadas no interior de São Paulo têm se intensificado, resultando em uma situação alarmante em diversas regiões do estado. Em cidades como Araraquara, Campinas, Ribeirão Preto e Limeira, a qualidade do ar tem piorado drasticamente devido ao acúmulo de fumaça e fuligem. As condições meteorológicas adversas, como a baixa umidade relativa do ar e as altas temperaturas, agravam ainda mais a situação.
As informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) colocam o estado de São Paulo no topo do ranking de incêndios no fim desta semana, seguido pelo Mato Grosso, onde foram detectadas 1.237 queimadas e o Pará, com 987 focos de fogo.
Em Araraquara, a qualidade do ar foi classificada como “ruim” pela Cetesb, com a presença de partículas finas suspensas no ar, resultado das queimadas que vêm assolando a região. Campinas também sofre com o céu encoberto por fumaça, proveniente de incêndios em diversas áreas do estado.
Ribeirão Preto enfrenta grandes incêndios em áreas de mata, e a cidade está em “estado de emergência” devido ao risco elevado de novas queimadas. A fumaça densa tem afetado a visibilidade e a saúde dos moradores, além de causar transtornos no trânsito, com várias rodovias estaduais parcialmente interditadas.
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As autoridades locais, incluindo a Defesa Civil, estão em alerta máximo e têm trabalhado para controlar os focos de incêndio. No entanto, a combinação de fatores naturais e possivelmente criminosos continua a provocar uma situação difícil, com efeitos negativos sobre o meio ambiente e a saúde pública
Prejuízo para a agricultura e para seu bolso
As queimadas no interior de São Paulo não só têm causado graves problemas ambientais e de saúde, como também estão resultando em significativos prejuízos para o agronegócio nas regiões afetadas. Cidades como Araraquara, Campinas, Ribeirão Preto e Limeira, que são grandes produtoras agrícolas, têm visto suas plantações ameaçadas pelo fogo. Além das perdas diretas nas colheitas, o gado também sofre com a redução na qualidade das pastagens.
Em Ribeirão Preto, uma das principais regiões produtoras de cana-de-açúcar, os incêndios já destruíram grandes áreas de plantação, prejudicando a produção. Além disso, eleva os custos operacionais para os produtores, que precisam investir mais em controle de danos e replantio. Essa situação também afeta a indústria sucroalcooleira, vital para a economia local.
O impacto das queimadas se estende ainda ao transporte e à logística, com rodovias sendo parcialmente interditadas devido à baixa visibilidade causada pela fumaça. Um dos impactos disso é o atraso no escoamento dos produtos agrícolas. Além disso, a má qualidade do ar tem gerado preocupações quanto à saúde dos trabalhadores rurais. Eles ficam expostos a condições insalubres, impactando a força de trabalho disponível no campo.
Em resumo, além dos danos ambientais, as queimadas estão provocando uma crise no setor agropecuário, com prejuízos que podem se estender por várias safras se as condições não melhorarem. Com as perdas de áreas produtivas para o fogo, o tempo de recuperação tanto das culturas como da terra vai impactar no custo de produção, que será repassado para o consumidor final.
As autoridades continuam monitorando a situação e tentando mitigar os efeitos dessas queimadas devastadoras. O governo do Estado criou um gabinete de crise para discutir soluções ao problema frente às ocorrências em canaviais e à morte de dois trabalhadores que tentavam combater o fogo nesta sexta em Urupês.