O setor de fintechs, empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros, tem ganhado destaque no agronegócio brasileiro. Essas startups inovadoras estão transformando a forma como os produtores rurais acessam crédito, realizam pagamentos e gerenciam suas finanças. Segundo dados recentes, as 10 maiores fintechs do agro no Brasil movimentaram oficialmente R$ 4,2 bilhões no mercado em 2023.
Elas oferecem uma ampla gama de serviços, desde plataformas de compra e venda de insumos e máquinas agrícolas até soluções de gestão financeira e acesso a crédito rural. Elas têm atraído investimentos de grandes empresas e fundos de venture capital, impulsionando o crescimento do setor.
Algumas das principais fintechs do mercado no Brasil
- Agrolend: Focada em fornecer crédito a pequenos e médios produtores. financia produtores rurais de pequeno e médio porte, em parceria com revendas, cooperativas e indústrias de insumos e equipamentos agrícolas, de forma rápida, fácil e sem burocracia.
- Traive: Uma plataforma completa de análise de risco com o poder da Inteligência Artificial para identificar os melhores parceiros e traçar estratégias de sucesso.
- Orbia: Oferece uma plataforma de negócios agrícolas. Funciona como uma marketplace e programa de benefícios do agronegócio. Conta com mais de 230 mil produtores rurais cadastrados e mais de 300 canais de distribuição.
- Bart Digital: Focada em garantias e contratos digitais. Garante a redução de até 85% do tempo necessário para concluir a formalização de títulos e garantias agrícolas.
- Culte: Facilita o financiamento coletivo para pequenos agricultores.
- Seedz: Oferece um programa de fidelidade para o agronegócio.
- Agrosmart: Especializada em agricultura digital e monitoramento de culturas.
- Agrifintech AgroForte: focada no setor de crédito voltado ao pequeno produtor de proteína, possuí mais de 20 empresas parceiras, entre agroindústrias, laticínios e cooperativas, que juntas, somam mais de 45.000 produtores nas suas cadeias de fornecimento.
Impactos no Agronegócio
A presença destas empresas no agronegócio tem trazido diversos benefícios para os produtores rurais. Com soluções digitais e ágeis, elas facilitam o acesso a crédito, reduzem os custos de transação e aumentam a eficiência dos processos financeiros. Isso permite que os produtores invistam em tecnologia, melhorem a produtividade e se tornem mais competitivos no mercado.
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Além disso, as fintechs têm contribuído para a inclusão financeira no campo, alcançando produtores em regiões remotas e oferecendo soluções adaptadas às suas necessidades. Isso é especialmente relevante para os pequenos e médios produtores, que muitas vezes enfrentam dificuldades para acessar serviços financeiros tradicionais.
Segmentação entre os segmentados
Mesmo dentro o segmento rural, existe outra segmentação, mostrando que o mercado é repleto de possibilidades. A Agrifintech AgroForte, por exemplo, é uma empresa voltada ao crédito ao pequeno produtor de proteínas.
Suas operações iniciaram em 2022 e já somam cerca de R$ 100 milhões movimentados, acessados por produtores rurais das regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Atua nos principais setores de proteína. Esse é um mercado de mais de R$ 350 bilhões de produção primária. A fintech traz o mercado de capitais para dentro da fazenda, utilizando tecnologia e desenvolvimento de canais importantes para acessar o pequeno e médio produtor rural. Por meio de uma alternativa de crédito ágil, projeta dobrar esse volume de recursos injetados no mercado nos próximos 12 meses.
“Com nossa tecnologia de dados, esteira inovadora e acesso aos canais da cadeia de valor, conseguimos levar para o pequeno produtor uma proposta de crédito ágil, customizado e sem burocracia. Essa era uma demanda dos produtores dos principais setores de proteína. Nosso modelo de negócio traz valor não só para o produtor, mas também para toda a cadeia, incluindo a agroindústria e fornecedores de equipamentos e insumos. A AgroForte acaba sendo um elo conector dos players, focado no principal gargalo, que é o crédito”, explica o CEO e fundador da AgroForte, Felipe d’Ávila.
Perspectivas para o Futuro
O mercado de fintechs do agronegócio no Brasil tem grande potencial de crescimento. Com a crescente digitalização do setor e a demanda por soluções financeiras inovadoras, espera-se que mais startups entrem nesse mercado e que as empresas já estabelecidas expandam seus serviços.
Além disso, a integração das fintechs com outras tecnologias, como a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial, pode levar a soluções ainda mais personalizadas e eficientes para os produtores rurais. Isso pode incluir desde monitoramento de safras e rebanhos até análises preditivas de riscos e oportunidades de mercado.
Portanto, as fintechs do agronegócio têm desempenhado um papel crucial no fortalecimento do setor no Brasil. Com a movimentação de bilhões de reais no mercado e a oferta de soluções inovadoras, elas têm contribuído para a modernização, eficiência e inclusão financeira dos produtores rurais, impulsionando a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário global.