O Brasil deu um passo importante para intensificar a exportação de tilápia fresca aos Estados Unidos. Na última semana, o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, despachou a primeira carga de pescado para o mercado norte-americano sem a exigência da Certificação Sanitária Internacional (CSI), um procedimento que vigorava desde 2012.
A medida, resultado de uma desburocratização anunciada em outubro, já mostra seus primeiros efeitos. Nos testes realizados desde a implementação, foram enviadas 34 toneladas de filé fresco de tilápia. A expectativa é ampliar os embarques semanais e os volumes exportados, em uma parceria entre exportadores, importadores, agentes de carga, companhias aéreas, o sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a administração de Viracopos.
Agilidade e frescor no mercado norte-americano
O novo processo reduz o tempo entre a retirada do peixe da água no Brasil e a chegada ao consumidor norte-americano. O intervalo, que era de 48 horas, deve ser encurtado para 36 horas, cobrindo etapas como abate, filetagem, transporte rodoviário, embarque aéreo e distribuição nos Estados Unidos.
“Com a simplificação, o que antes demandava cerca de duas horas para liberação no Vigiagro agora leva menos de cinco minutos”, destaca Rita Lourenço, chefe do Vigiagro em Viracopos. O sistema está sendo ajustado para permitir a liberação automática em breve, tornando o processo ainda mais eficiente.
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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, enfatizou que a mudança não compromete o controle sanitário. “Essa desburocratização demonstra a confiança internacional no sistema brasileiro. Vamos continuar seguindo as normas rigorosas da FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA), mas de forma mais ágil e competitiva”, afirmou.
O Brasil já é o segundo maior exportador de pescados para os Estados Unidos, com a tilápia como carro-chefe. A iniciativa promete reforçar essa posição, garantindo um produto mais fresco, de maior qualidade e com menor custo para o consumidor americano.
Impactos positivos e expectativas de crescimento para exportação de tilápia
Os testes realizados mostram redução de custos logísticos e incremento na qualidade do pescado brasileiro. Essa eficiência deve atrair maior valorização no mercado internacional, beneficiando a cadeia produtiva do setor.
“Estamos ajustando cada etapa em parceria com a cadeia produtiva para garantir eficiência e, ao mesmo tempo, o cumprimento de requisitos legais”, explica Rita Lourenço.
Com esses avanços, o Brasil se prepara para consolidar sua posição como um dos principais fornecedores de pescados para os Estados Unidos, fortalecendo a economia e abrindo novas oportunidades para o setor