A JBS anunciou o aporte de R$ 10,2 milhões em um novo CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) lastreado no programa “JUNTOS: Pessoas+Floresta+Amazônia”. O CRA, emitido pela empresa Rio Capim Agrossilvipastoril e estruturado pela Vox Capital, prevê uma emissão total de R$ 100 milhões, sendo a primeira nesta semana, de R$ 50 milhões, e a segunda, em 2025, no mesmo valor.”Esse projeto é absolutamente disruptivo e tem um poder transformacional para a pecuária brasileira. Colocar o foco em produtividade para aumentar a sustentabilidade é o que vai garantir o engajamento nesse processo de transformação”, avalia Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS. “Por que o produtor rural não investe em genética e manejo do solo? Porque não tem capital nem assistência técnica. É aí que entra o programa Juntos. Acreditamos tanto neste modelo de desenvolvimento socioambiental que vamos entrar com a cota de maior risco para provar que ser sustentável é mais lucrativo”, completa Tomazoni.
Os valores serão aplicados no atendimento de 3.500 pequenos criadores de gado atuantes na área da Amazônia Legal, oferecendo consultoria sobre o uso da terra, aumentando a rentabilidade e freando o desmatamento ilegal do bioma. “Estamos viabilizando a operação para gerar impacto positivo por meio de negócios que sejam inclusivos e ambientalmente sustentáveis para a Amazônia, e, ao mesmo tempo, que tenham retorno financeiro. Queremos que a Faria Lima veja retorno ao investir no pequeno produtor com toda a segurança necessária, dentro de um novo padrão de modelo de negócio”, afirma Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia.
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O CRA conta com um diferencial considerado raro no mercado financeiro: a existência de um comitê de risco e impacto. “Investidores e o pequeno produtor atuante na Amazônia Legal carecem de iniciativas com viabilidade técnica e financeira que apoiem a pecuária regenerativa de forma integrada. O programa JUNTOS, agora por meio do CRA com um comitê de prestação de contas, atenderão às demandas das duas pontas”, explica Valmir Ortega, CEO da Rio Capim.
A abordagem do CRA é via blended finance, com recursos oriundos de fundos concessionados e privados e centrados no projeto “JUNTOS” de agricultura regenerativa. “O blended finance permite tanto para o emissor, como para o tomador do crédito, uma taxa muito competitiva. A partir dessa base, o emissor consegue alavancar seu próprio negócio, honrar com seu compromisso, e ao mesmo tempo, criar uma estrutura que o leve a oferecer uma taxa mais atrativa para o mercado. É uma operação ganha-ganha”, esclarece Daniel Brandão, diretor de nature-based solutions na Vox Capital.