Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) desenvolveram novos produtos a partir de tilápia, o peixe mais cultivado no Brasil. Entre as inovações estão salsicha com fibra de abacaxi, patê, apresuntado de carne e hidrolisado proteico. A Embrapa busca parceiros privados para levar esses produtos ao mercado consumidor.
O objetivo da pesquisa é aproveitar resíduos da produção, promovendo sustentabilidade e evitando desperdícios. A cadeia do pescado gera grande volume de resíduos, e, segundo a FAO, a perda na produção de pescado chega a 35%. A Embrapa Agroindústria Tropical (CE) também desenvolve hidrogéis e nanoemulsões a partir da gelatina de tilápia, com potencial uso biomédico e cosmético.
Angela Furtado, pesquisadora da Embrapa, destaca que a pesquisa visa gerar produtos que aumentem a rentabilidade e contribuam para a sustentabilidade ambiental. “Utilizando os resíduos da filetagem da tilápia, chegamos a um hidrolisado com alto teor proteico, que pode ser utilizado em alimentos, cosméticos, nutracêuticos e suplementos alimentares”, explica Furtado.
Os novos produtos incluem:
- Patê: feito com carne mecanicamente separada de tilápia e fibra de abacaxi, adequado para crianças e idosos.
- Hidrolisado de gelatina: altamente proteico, usado em alimentos, cosméticos e suplementos.
- Embutido de tilápia: similar a apresuntado, moldado em forma cilíndrica e conservado sob refrigeração.
- Salsicha de tilápia: processada com carne mecanicamente separada de tilápia e farinha de resíduo de abacaxi, com baixo teor de sódio e sem corantes.
As pesquisas fazem parte do Projeto BRS Aqua, uma parceria entre Embrapa, BNDES, CNPq e MPA, que integra mais de 240 empregados de 23 unidades da Embrapa e mais de 60 parceiros públicos e privados.
Atualmente, a indústria do pescado tem registrado crescimento, com exportações brasileiras de piscicultura aumentando 15% em 2022, totalizando US$ 23,8 milhões.