Pesquisadores do Instituto Leibniz DSMZ, referência mundial em doenças de plantas, avaliaram os sintomas da nova vassoura-de-bruxa da mandioca no Amapá. A praga, detectada no extremo norte do Brasil em 2024, representa uma ameaça significativa para a produção local.
Com autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária, o fitopatologista Stephan Winter e a melhorista Samar Sheat coletaram materiais vegetais para análise na Alemanha. Em resumo, o estudo integra ações conjuntas da Embrapa e instituições parceiras para controlar a praga.
Vassoura-de-bruxa
De acordo com registros oficiais, a vassoura-de-bruxa já afeta roças de mandioca em cinco municípios do Amapá: Tartarugalzinho, Pracuuba, Amapá, Calçoene e Oiapoque.
“Os pesquisadores vieram comparar os sintomas com casos observados fora do Brasil, especialmente em Laos e Vietnã. Também coletaram materiais para análise do fungo causador da doença”, explicou Adilson Lopes Lima, pesquisador da Embrapa Amapá.
A missão científica ocorreu entre 11 e 13 de dezembro de 2024. Além dos pesquisadores alemães, participaram Eder Oliveira, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, e Rosana Blawid, virologista da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
No primeiro dia, a equipe participou de uma reunião na sede da Embrapa Amapá, em Macapá. O encontro contou com a presença de gestores, técnicos e representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Amapá (Diagro).
Visita no campo
No dia 12, as equipes visitaram áreas afetadas nos municípios de Tartarugalzinho e Pracuuba. No encerramento, em 13 de dezembro, os pesquisadores discutiram estratégias para conter a disseminação da doença.
O Instituto Leibniz DSMZ é parceiro da Embrapa na identificação do fungo Ceratobasidium theobromae, também conhecido como Rhizoctonia theobromae. Em geral, a colaboração inclui estudos sobre a epidemiologia da doença e desenvolvimento de estratégias de controle.
Participaram da missão representantes do Instituto Leibniz DSMZ, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Embrapa Amapá, Ministério da Agricultura e Pecuária, Universidade Federal Rural de Pernambuco e Diagro.
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A vassoura-de-bruxa foi identificada inicialmente em terras indígenas de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa. Como resultado, o fungo representa alto risco para a produtividade da mandioca e ainda não foi detectado em outras plantas no Brasil.
Entretanto, o patógeno pode se espalhar por materiais vegetais infectados, ferramentas de corte e movimentação de solo e água. “A circulação de plantas e produtos agrícolas entre regiões aumenta o risco de novas infecções”, alerta uma nota técnica da Embrapa.
Ou seja, ações integradas entre instituições nacionais e internacionais são essenciais para controlar a praga e proteger a produção de mandioca no Brasil.