O surto de lagartas, especialmente das espécies Helicoverpa e Spodoptera, representa um dos maiores desafios da safra de soja 2023/2024, conforme alerta o pesquisador Germison Tomquelski, da Desafios Agro, em Chapadão do Sul (MS). Este fenômeno ocorre em várias regiões produtoras do Brasil, incluindo Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Tomquelski destaca que a Helicoverpa spp. possui um potencial destrutivo significativo. “Estamos enfrentando um ano desafiador. A soja está em estágio inicial, com 45 a 60 dias, e se aproxima de seu ciclo reprodutivo, fase crítica em relação à Helicoverpa. Uma única lagarta pode consumir até 36 vagens”, explica o especialista.
As recomendações atuais para os produtores incluem monitoramento rigoroso das lavouras e aplicação de inseticidas quando necessário. “Diante da pressão dessa praga, é crucial que os produtores intervenham conforme a dinâmica populacional para evitar a proliferação de novas mariposas e lagartas. As perdas podem chegar a cinco a dez sacas por hectare”, alerta Tomquelski.
Agricultores não devem descuidar do manejo das pragas
Apesar dos preços das commodities estarem abaixo do esperado e do risco de escassez de inseticidas no mercado, o pesquisador enfatiza que os agricultores não devem descuidar do manejo das pragas. “A perda pode ser ainda maior se não houver investimento adequado”, afirma.
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Tomquelski observa que muitos produtores estavam despreparados para os surtos expressivos de lagartas neste início de safra. Nos anos anteriores, a Helicoverpa havia diminuído e aparecia apenas pontualmente.
Além dos inseticidas químicos e do manejo de resistência, o uso de produtos biológicos tem ganhado destaque no controle efetivo das lagartas. “Os baculovírus têm mostrado bom desempenho e se destacam como uma tecnologia eficaz no manejo”, conclui Tomquelski.
A Desafios Agro atua em toda a fronteira agrícola nacional, oferecendo serviços de pesquisa agropecuária, integração lavoura-pecuária, assistência técnica e treinamentos nas cidades sul-mato-grossenses de Chapadão do Sul, São Gabriel do Oeste, Bandeirantes e Campo Grande.