Pesquisadores de instituições paulistas desenvolveram um guia passo a passo que padroniza o uso da ressonância magnética nuclear (RMN) no estudo do metabolismo de plantas. O protocolo busca otimizar a análise metabolômica, essencial para entender como os vegetais reagem a estresses ambientais, como secas e inundações, agravados pelas mudanças climáticas.
O metabolismo é o conjunto de transformações químicas que sustentam o crescimento e desenvolvimento dos organismos. Alterações metabólicas em plantas, provocadas por eventos climáticos extremos, podem comprometer a produção agrícola e ameaçar a segurança alimentar.
A metabolômica, ciência que estuda os metabólitos produzidos nesses processos, permite investigar essas alterações e compreender as adaptações das plantas.
Precisão
A ressonância magnética foi escolhida como ferramenta devido à sua precisão em analisar amostras complexas, identificar compostos químicos e fornecer dados robustos sem destruir as amostras. O protocolo apresentado pelos pesquisadores detalha desde o preparo de amostras até a análise de dados. E destaca o uso de ferramentas quimiométricas e bancos de dados para identificação de metabólitos.
A revista Frontiers publicou o estudo, que abordou avanços recentes na tecnologia de RMN e ressaltou sua utilidade em pesquisas agrícolas e científicas. Pesquisadores da Embrapa Instrumentação e de diversas instituições acadêmicas participaram do trabalho, com o objetivo de facilitar a aplicação da RMN em pesquisas agrícolas e ambientais.
Metabolômica
O guia também exemplifica a aplicação da RMN na metabolômica. Como no caso da planta medicinal pata-de-vaca, cujo metabolismo foi analisado após períodos de estresse hídrico. Esse tipo de análise contribui para entender como melhorar a resiliência das culturas agrícolas às mudanças climáticas.
Com o crescente número de publicações científicas na área — passando de 177 em 2014 para 610 em 2023 —, o estudo reflete o avanço e a relevância da metabolômica metabolômica na busca por soluções para os desafios ambientais e agrícolas.
Participaram do trabalho pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), do Centro de Citricultura Sylvio Moreira do Instituto Agronômico (IAC) e do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP).