Com um índice de chuvas adequado e condições favoráveis para o desenvolvimento das lavouras, a safra de soja 2024/2025 no Brasil promete ser promissora. Projeções da Agroconsult indicam uma produção superior a 172,2 milhões de toneladas, um aumento de 16,7 milhões em relação à temporada 2023/2024.
No entanto, apesar das boas expectativas, os agricultores devem manter vigilância no controle de doenças e pragas que podem comprometer a produtividade.
Preocupações no Paraná e Mato Grosso do Sul, otimismo no Rio Grande do Sul
Na região do Paraná e Mato Grosso do Sul, a incidência precoce do percevejo marrom tem gerado preocupação entre os produtores. Sérgio Silva, gerente de Desenvolvimento de Mercado Sul da BASF Soluções para Agricultura no Brasil, destaca a importância da prevenção contra doenças como cercóspora e ferrugem. “Devemos ter cuidados especiais com as doenças que costumam se intensificar da metade para o final do ciclo da soja”, alerta.
Porém, Silva enfatiza a necessidade de aplicações preventivas e a escolha de produtos seletivos, especialmente devido à combinação de chuvas e altas temperaturas na região. “É fundamental que o agricultor utilize ferramentas mais seletivas para evitar fitotoxicidade nas folhas”, explica.
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No Rio Grande do Sul, o cenário também é positivo. Miguel Manosso, gerente de Desenvolvimento de Mercado da BASF, informa que as lavouras plantadas em outubro estão se desenvolvendo bem, tanto na soja quanto no arroz. “Esperamos uma safra de alta produtividade, com algumas doenças em ascensão. A ferrugem pode ter uma ocorrência menor este ano, mas outras doenças como manchas devem crescer”, alerta Manosso.
Estabilidade no Mato Grosso e plantio tranquilo no MATOPIBA
Em Mato Grosso, até a primeira quinzena de outubro, a instabilidade nas chuvas preocupava os agricultores. Contudo, Alexandre Santaella, gerente de Desenvolvimento de Mercado Norte-Mato Grosso da BASF, relata que o índice pluviométrico estabilizou e o desenvolvimento das lavouras está tranquilo. “O excesso de chuva e nebulosidade é perfeito para doenças e dificulta o calendário de aplicações de fungicidas”, destaca.
Atualmente, a incidência forte de lagartas dos gêneros Spodoptera e Helicoverpa tem sido observada. “Muitos produtores estão agindo preventivamente com inseticidas fisiológicos”, afirma Santaella.
Na região do MATOPIBA — que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — o plantio está progredindo sem problemas. Marlo Friedrich, Técnico em Desenvolvimento de Mercado da BASF, relata que as chuvas chegaram mais cedo este ano e estão mais regulares. “As lavouras estão bem estabelecidas e as plantas apresentam vigor e potencial produtivo elevado”, conclui.
A safra de soja 2024/2025 apresenta um panorama otimista para os produtores brasileiros. No entanto, é crucial que os agricultores permaneçam atentos ao manejo adequado para garantir que as boas projeções se concretizem. O controle eficaz de pragas e doenças será fundamental para maximizar a produtividade e assegurar o sucesso desta safra promissora.