A citricultura paulista, uma das mais importantes do mundo, enfrenta um grande desafio com o avanço das altas temperaturas. Dados do Centro de Estudos Avançadas em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) indicam que as condições climáticas adversas podem comprometer a produção de laranjas e limões na safra atual e impactar a próxima temporada.
Na última safra, os produtores do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais colheram mais de 307 milhões de caixas de laranja. No entanto, o aumento da temperatura e a falta de chuvas adequadas têm afetado principalmente as variedades colhidas mais tarde, como a laranja Valência. Esses frutos estão apresentando calibres menores do que o ideal para o consumo in natura. Muitas vezes, a indústria destina esses produtos à moagem, o que reduz a rentabilidade dos produtores.
Os preços da laranja e do limão Tahiti continuam em queda. A laranja destinada à indústria foi negociada a R$ 68,18 por caixa de 40,8 kg, com um recuo de 1,57% nos últimos cinco dias. No mercado in natura, a variedade Pera caiu de R$ 94,24 para R$ 88,73 por caixa, uma desvalorização de 5,85%.
Soluções para reduzir impactos da seca
Diante das previsões climáticas desafiadoras, a adoção de tecnologias inovadoras para conservação da umidade e manejo sustentável do solo pode ser crucial para garantir safras mais produtivas e rentáveis. Estratégias que aumentem a retenção hídrica são fundamentais para preservar a qualidade dos frutos e reduzir os impactos da estiagem.
“A falta de umidade e o calor excessivo afetam diretamente o desenvolvimento das frutas, comprometendo sua qualidade e reduzindo a produção. O produtor precisa adotar estratégias que ajudem a minimizar os impactos climáticos e garantir a rentabilidade da safra”, alerta Francisco Carvalho, gerente comercial da Hydroplan-EB.
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