Um camarão-gigante-da-Malásia (Macrobrachium rosenbergii) capturado por pescadores no Pará viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (3 de fevereiro de 2025), chamando atenção pelo tamanho atípico do crustáceo. Nas imagens, pescadores comparam o animal às próprias mãos e cabeças, evidenciando seu comprimento de até 32 cm e peso próximo a 500 gramas. A espécie, exótica no Brasil, reacende debates sobre os riscos ambientais de sua presença em ecossistemas locais.
Impacto ambiental da espécie
O Brasil recebeu o camarão-gigante-da-Malásia, nativo do Sudeste Asiático, há mais de 45 anos para impulsionar a carcinicultura (cultivo comercial). No entanto, sua dispersão para bacias hidrográficas como a Amazônica preocupa especialistas. Segundo o ictiólogo Kleber Mathubara, a espécie compete com animais nativos por alimento e habitat, além de não possuir predadores naturais no país.
“A introdução de espécies exóticas é uma das principais causas da perda de biodiversidade no Brasil”, alerta Mathubara. Apesar de não haver proibição para a pesca desse crustáceo, ambientalistas defendem que removê-lo pode ajudar a mitigar danos aos ecossistemas locais.
Características da espécie
- Tamanho: Machos atingem até 32 cm; fêmeas, 25 cm.
- Dieta: Alimenta-se de vermes, moluscos, insetos aquáticos, algas e frutos.
- Adaptabilidade: Sobrevive em água doce e salgada, facilitando sua disseminação.
Por crescer rapidamente e oferecer alta rentabilidade, essa espécie se tornou uma das mais cultivadas globalmente, mas sua invasividade em ambientes naturais exige monitoramento constante.
Expansão pelo território brasileiro
Originalmente levado ao Nordeste para carcinicultura, o camarão-gigante já foi registrado no Sudeste e, recentemente, no litoral amazônico. No Pará, sua captura reforça a necessidade de políticas públicas para controle, já que a espécie pode colonizar rios e estuários, ameaçando crustáceos nativos, como o camarão-canela (Macrobrachium amazonicum).
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O vídeo que viralizou mostra pescadores surpresos com o tamanho do animal. “Nunca tinha visto um camarão desse tamanho aqui. Parece uma lagosta!”, comenta um dos envolvidos na captura. Apesar do espanto, a venda do crustáceo é permitida, e seu valor comercial atrai interesse de mercados locais.
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