O consumo de carne estragada representa um grave risco à saúde. Quando ingerimos esse tipo de alimento, o corpo humano pode sofrer reações adversas que vão desde desconfortos leves até complicações severas. As principais preocupações envolvem a contaminação por bactérias e a presença de toxinas.
Os sintomas mais frequentemente associados ao consumo de carne estragada incluem, por exemplo:
- Diarreia
- Vômitos
- Náuseas
- Cólicas abdominais
- Febre
Esses sinais podem surgir rapidamente, geralmente dentro de algumas horas após a ingestão. Ou seja, a gravidade dos sintomas varia conforme a quantidade de carne consumida e a resistência do organismo da pessoa afetadas.
Causas das Complicações
A deterioração da carne resulta em um aumento significativo na proliferação bacteriana. Bactérias como Escherichia coli e Salmonella são comuns em carnes mal armazenadas ou manipuladas inadequadamente. Essas bactérias podem causar infecções gastrointestinais graves, levando a complicações que, em casos extremos, podem resultar em hospitalização ou até morte.
O cozimento não elimina as toxinas produzidas pelas bactérias. Mesmo após o preparo da carne, as toxinas permanecem ativas e podem prejudicar o organismo.
Além das bactérias, as toxinas produzidas por esses micro-organismos não são eliminadas pelo cozimento. Isso significa que mesmo que a carne seja cozida, as toxinas permanecem ativas e podem causar danos ao organismo.
Grupos Vulneráveis
Crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido estão em maior risco. Esses grupos, portanto, podem apresentar reações mais severas às infecções alimentares, aumentando as chances de desidratação e outras complicações graves
- Verifique a aparência: A carne deve ter uma coloração uniforme e não apresentar manchas esverdeadas ou um odor desagradável.
- Armazenamento adequado: Mantenha a carne refrigerada ou congelada para inibir o crescimento bacteriano.
- Higiene na manipulação: Lave as mãos antes e depois de manusear carnes e utilize utensílios limpos.
- Descarte alimentos suspeitos: Se houver dúvida sobre a qualidade da carne, é melhor não consumi-lá.
Além disso, essas práticas simples podem ajudar a prevenir intoxicações alimentares e garantir uma alimentação segura. O alerta é claro: as pessoas não devem subestimar o consumo de carne estragada, pois ele pode causar consequências fatais.
Picanha de enchente
Uma peça de picanha, que fazia parte das 800 toneladas de carne estragada submersa durante a histórica enchente no Rio Grande do Sul, ainda estava sendo vendida em um mercadinho de Três Rios, no Rio de Janeiro.
A empresa Tem Di Tudo Salvados adquiriu essa carne com a justificativa de transformá-la em ração animal. No entanto, as investigações revelaram que os responsáveis maquiaram o produto e o comercializaram como próprio para consumo humano. As autoridades prenderam quatro pessoas.
De acordo com as notas fiscais, a carne em boas condições estava avaliada em cerca de R$ 5 milhões. Mas a empresa comprou as 800 toneladas estragadas por apenas R$ 80 mil. Os investigados poderão, portanto, responder por crimes como associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com implicações em todo o país.
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