A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) prevê estabilidade nas vendas internas e externas de máquinas autopropulsadas em 2025. Ou seja, a projeção reflete o desempenho misto de 2024, marcado pela recuperação do setor de máquinas de construção e pela retração nas vendas de máquinas agrícolas.
As vendas de máquinas de construção, como tratores de esteira, retroescavadeiras e escavadeiras hidráulicas, cresceram 22,4% no ano passado. Em resumo, o setor encerrou 2024 com 37.148 unidades vendidas no atacado, o segundo melhor resultado da história no Brasil. A construção civil impulsionou a demanda porque aumentou a participação nas compras de 37% para 42%.
Para 2025, a ANFAVEA espera crescimento moderado de 3%, totalizando 38.200 unidades. Apesar do avanço no mercado interno, as exportações dessas máquinas caíram 12,5%, com 14.538 unidades embarcadas. Quase metade desse volume foi destinado ao mercado dos Estados Unidos. A expectativa para este ano é de manter o mesmo nível de exportações.
Máquinas agrícolas sofrem queda pelo segundo ano seguido
As vendas de máquinas agrícolas recuaram quase 20% em 2024, totalizando 48,9 mil unidades. Em geral, o setor enfrentou desafios como a redução da safra de grãos, a queda nos preços das commodities e o acesso limitado a financiamentos atrativos. A retração foi mais acentuada no segmento de colheitadeiras do que no de tratores.
As exportações de máquinas agrícolas também diminuíram 31%, com apenas 6 mil unidades embarcadas. Por outro lado, para 2025, a ANFAVEA projeta crescimento tímido de 1%. Afinal, o setor enfrenta ainda o aumento das importações, que transformaram o superávit comercial em déficit. Em geral, em 2024, mais de 55% das máquinas importadas vieram da China, seguida pela Índia, com 26%.
Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, destacou a preocupação com o impacto das máquinas importadas nas compras públicas. “O crescimento das importações afeta o emprego no Brasil, a competitividade das empresas e a qualidade no atendimento ao cliente, que enfrenta dificuldades com a assistência técnica.”
Prioridades da ANFAVEA para 2025
- Recomposição da alíquota do Imposto de Importação para 14%.
- Políticas de garantia e financiamento para exportação.
- Reindustrialização da cadeia de fornecedores.
- Renovação da frota de máquinas agrícolas e de construção.
- Aperfeiçoamento da política de compras públicas para proteger a indústria local.
- Expansão de linhas de crédito via Plano Safra e BNDES.
Ou seja, com essas medidas, a ANFAVEA busca fortalecer o setor e minimizar os impactos do aumento das importações.