A exportação brasileira de suco de laranja enfrentou uma queda expressiva no volume embarcado na safra 2024/25, enquanto a receita atingiu um patamar recorde. Dados da Comex Stat, analisados pelo Cepea, mostram que o país exportou 448,5 mil toneladas de suco de laranja (convertidos em equivalente concentrado – FCOJ 66 Brix) entre julho e dezembro de 2024. O volume representa uma redução de 23% em comparação com o mesmo período da safra anterior e o menor registrado desde o início da série histórica, em 1997.
Apesar disso, a receita com as vendas externas aumentou 37%, alcançando um recorde de US$ 1,96 bilhão. Segundo a CitrusBR, a alta nos preços internacionais, impulsionada por safras menores e estoques limitados, foi determinante para o resultado. “O setor vive cinco ciclos de safras pequenas e médias, além de preços sem precedentes, o que impacta a demanda global”, afirmou o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Europa lidera como principal destino
A Europa manteve a posição de maior mercado para o suco de laranja brasileiro, absorvendo 42,72% das exportações. O continente importou 228,7 mil toneladas no período, uma queda de 22,21% em relação às 294 mil toneladas da safra anterior. Entretanto, o faturamento aumentou 41%, atingindo US$ 1,03 bilhão.
Estados Unidos e Japão registram contrastes no volume e receita
Os Estados Unidos, segundo maior mercado, importaram 161,6 mil toneladas, uma redução de 7,17%. Contudo, a receita subiu 56,37%, alcançando US$ 675,8 milhões. No Japão, as exportações caíram 14%, totalizando 11,4 mil toneladas, mas o faturamento subiu 79,75%, chegando a US$ 63 milhões.
Queda acentuada na exportação para a China
A China foi o mercado com a maior retração em volume e receita. O país importou 19,2 mil toneladas, uma redução de 46%, enquanto a receita caiu 17%, somando US$ 52,2 milhões.
Mercados complementares equilibram números totais
Outros mercados contribuíram com 114,6 mil toneladas e US$ 48,7 milhões em receita, somando-se ao desempenho total da safra.
O setor enfrenta desafios impostos pela baixa oferta de frutas e os custos elevados, mas o recorde de faturamento demonstra a resiliência do mercado brasileiro de suco de laranja em meio às adversidades globais.