O estado de São Paulo, responsável por metade da produção nacional de caqui, consolida sua liderança também nas exportações da fruta. Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), em 2024 a produção paulista superou 71,5 mil toneladas. O desempenho internacional também impressiona: o faturamento com exportações de caqui cresceu 31,3% em relação a 2023, saltando de US$ 613 mil para US$ 805 mil. Apenas no primeiro trimestre de 2024, as vendas externas já somaram US$ 196 mil.
A valorização do dólar frente ao real foi um dos principais fatores para o aumento da receita. Em dezembro de 2023, a moeda norte-americana atingiu R$ 6,30, tornando as exportações ainda mais atrativas para os produtores. O volume embarcado de caqui paulista também subiu 24,6% no período, impulsionado pela demanda crescente em mercados como Canadá, Países Baixos e Estados Unidos. “O produtor rural se beneficia diretamente quando o dólar sobe, já que a moeda é usada como base na comercialização internacional”, explica Marli Mascarenhas, pesquisadora do IEA.
Os principais destinos do caqui paulista em 2024 foram o Canadá (68,7 toneladas), os Países Baixos (64,4 t) e os Estados Unidos (40,4 t). O porto de Roterdã, na Holanda, é considerado estratégico para a entrada do agro brasileiro na Europa, e a aceitação crescente do caqui na região é motivo de orgulho para o setor.
Terra do Caqui
Mogi das Cruzes, no Alto Tietê, mantém o título de “Terra do Caqui”, com produção anual estimada em 50 mil toneladas. Já Pilar do Sul, na região de Sorocaba, lidera as exportações, com destaque para a atuação da Cooperativa Agroindustrial APPC. Desde 2014, a APPC exporta variedades como Fuyu e Rama Forte para mercados exigentes, incluindo Suíça, Inglaterra, Portugal, Países Baixos e países do Oriente Médio.

Felipe Reis, diretor da APPC, destaca que a valorização do dólar permitiu melhor remuneração aos produtores e incentivou o investimento em frutas de alto padrão. “A valorização do dólar nos permitiu remunerar melhor os produtores e manter o foco na qualidade. Isso incentiva o investimento em frutas premium e abre portas para novos mercados”, afirma.
O crescimento das exportações de caqui paulista reforça a posição do estado como referência nacional e internacional na fruticultura, com destaque para a qualidade, diversidade de variedades e capacidade de atender mercados exigentes ao redor do mundo.
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