Em um cenário onde o desperdício de água no Brasil atingiu 7 bilhões de metros cúbicos em 2022 – suficiente para abastecer 124 mil pessoas anualmente –, a indústria leiteira goiana surge como exemplo de sustentabilidade. A Marajoara Laticínios, em Hidrolândia, reutiliza 90% da água residual de seus processos, superando exigências legais e beneficiando produtores rurais locais.
A empresa utiliza o método de flotação de ar dissolvido (FAD) em sua estação de tratamento de efluentes (ETE). Purificando a água a níveis superiores aos exigidos por normas ambientais. A biomassa orgânica gerada no processo é direcionada a pastos de produtores cadastrados, servindo como adubo natural. Paralelamente, a água tratada irriga um pasto de gado de corte por meio de 600 aspersores, garantindo um milhão de litros de reuso diário.
Impacto ambiental e econômico
Vinícius Junqueira, diretor geral da Marajoara, destaca que a iniciativa mantém a produtividade do solo mesmo em períodos de seca. O projeto, premiado nacionalmente pelo Crea em 2021, foi validado pela Secretaria de Meio Ambiente de Goiás. E integra ações como a cobrança pelo uso da água no estado, que começou em 2025 para incentivar práticas sustentáveis.
O setor industrial é o terceiro maior consumidor de água no país, com 40,5% destinado à produção de alimentos. Em Goiás, polos como o Distrito Agroindustrial de Anápolis e municípios como Piracanjuba – maior bacia leiteira do estado – reforçam a importância de modelos como o da Marajoara para equilibrar crescimento econômico e preservação hídrica.
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