A Justiça de Mato Grosso aprovou o pedido de recuperação judicial do Grupo Safras, que acumula dívidas de R$ 2,2 bilhões. A decisão, proferida pela juíza Giovana Pasqual de Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, abrange quase todas as empresas do conglomerado, incluindo as matrizes e filiais da Safras Armazéns Gerais, Safras Bioenergia e Safras Agroindústria, com exceção da subsidiária RD Armazéns.
Com a decisão, o Grupo Safras tem um prazo improrrogável de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial. O plano será elaborado em conjunto com a Makalu Partners, responsável pela assessoria financeira e estratégica, além dos escritórios Mubarak Advogados e Daniel Carnio Advogados.
A juíza nomeou a empresa AJ1 como administradora judicial, que precisa assinar o termo de compromisso em até 48 horas. A AJ1 também deverá apresentar um laudo técnico sobre a essencialidade da planta industrial de Cuiabá.
Motivos da crise
O Grupo Safras atribui a crise à forte queda do preço da soja em 2023, à absorção de dívidas relevantes, incluindo R$ 500 milhões herdados da aquisição da Copagri, e à tentativa de reintegração de posse da unidade industrial de Cuiabá. O conglomerado defende que a recuperação judicial cria um ambiente seguro e transparente para negociação com credores, parceiros e financiadores. Assim, facilitando a reestruturação das atividades e evitando prejuízos sociais e econômicos.
A Justiça também vai comunicar a decisão à Junta Comercial do Estado de Mato Grosso, ao Ministério Público e às Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipais onde o grupo mantém operações, para registro da recuperação judicial.
O Banco do Brasil figura entre os principais credores do Grupo Safras, controlado por Dilceu Rossatto e Pedro Moraes Filho. O conglomerado reúne cerca de 40 empresas e produtores rurais, organizados nos núcleos Safras e Rossato, e atua em diversas áreas do agronegócio.
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