A comercialização de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões em Guaratuba (PR) foi liberada nesta semana pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). A decisão ocorreu após novos testes comprovarem que os índices da toxina ácido ocadáico – associada à maré vermelha – estão dentro dos limites seguros para consumo humano.
Os resultados das análises, realizadas em amostras coletadas em 31 de março e 3 de abril, foram divulgados em Nota Técnica da Adapar. A interdição, imposta no fim de março, exigia dois testes consecutivos com resultados negativos para a toxina. A agência reforçou que seguirá monitorando a região para garantir a qualidade dos produtos.
O que é a ficotoxina ácido ocadáico?
Produzida por microalgas marinhas, a substância se acumula em moluscos filtradores (como ostras e mexilhões) que se alimentam desses organismos. Embora não cause danos aos animais, em humanos pode provocar:
- Náuseas e vômitos;
- Dores abdominais;
- Diarreia intensa.
A contaminação ocorre principalmente durante o fenômeno da maré vermelha, quando as algas tóxicas se proliferam em excesso, mudando a coloração da água para tons avermelhados ou alaranjados.
Maré vermelha: entenda o fenômeno
A maré vermelha é um evento natural temporário, associado a mudanças nas correntes marítimas, temperatura da água e condições climáticas. No litoral paranaense, o monitoramento constante da Adapar é essencial para evitar riscos à saúde pública e prejuízos aos produtores.
Em 2023, por exemplo, o estado registrou 12 interdições em áreas de cultivo de moluscos devido a surtos de toxinas.
A Adapar mantém o programa de vigilância ativa em Guaratuba e outras regiões do litoral. Produtores e consumidores podem acompanhar atualizações no site oficial da agência.
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