Resumo da notícia
- Os EUA aplicaram uma tarifa de 50% sobre o café solúvel brasileiro, impactando fortemente o setor, já que o país é o maior comprador desse produto no Brasil.
- O Brasil é o segundo maior fornecedor de café solúvel nos EUA, respondendo por mais de 25% do mercado americano, o que evidencia a gravidade da tarifa.
- Concorrentes como México, que não foram tarifados, ganham vantagem competitiva, enquanto o Brasil perde espaço devido ao custo elevado imposto pela nova taxação.
- A ABICS iniciou diálogo com a National Coffee Association e autoridades brasileiras, buscando soluções diplomáticas para reduzir os prejuízos e proteger o setor cafeeiro nacional.
Resumo gerado pela redação.
A canetada amarga do ex-presidente Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% ao café solúvel brasileiro, caiu como pedra no setor cafeeiro nacional. Não é para menos: os Estados Unidos são, disparado, o maior comprador desse tipo de café produzido no Brasil.
Setor acende o alerta vermelho
A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), que representa todo o setor no país, soou o alarme diante da nova política tarifária. “Em 2024, os EUA representaram 20% das exportações brasileiras do segmento, cerca de 780 mil sacas de 60 kg”, informou a entidade em nota oficial.
Brasil é peça-chave no mercado americano
Na prática, o Brasil ocupa hoje o segundo lugar entre os maiores fornecedores de café solúvel para os Estados Unidos, com mais de 25% do mercado. Ou seja, a cada quatro xícaras de café instantâneo nos EUA, uma vem do Brasil — e esse dado mostra o tamanho do impacto da medida.
Concorrência deve ganhar espaço com tarifa menor
Com a nova tarifa salgada, o protagonismo brasileiro pode derreter feito açúcar em café quente, especialmente diante de concorrentes com taxas bem menores ou isentas. Nesse cenário, o produto brasileiro perde competitividade, enquanto países como o México ganham força ao oferecer preços mais atraentes aos compradores americanos.
México sai ileso, Brasil paga o maior preço
Pra se ter uma ideia, o México — maior concorrente — escapou ileso da nova taxação e seguirá exportando sem pagar tarifa alguma. Outros países enfrentam taxas entre 10% e 27%, bem abaixo dos 50% reservados exclusivamente ao Brasil, que agora amarga o topo do ranking.
Diálogo e diplomacia são as apostas da indústria
“Estamos certos de que haverá perda significativa para concorrentes com taxas menores, por isso já abrimos diálogo com a National Coffee Association (NCA) e com autoridades brasileiras”, comunicou a ABICS. Ou seja, o setor aposta no diálogo para conter os danos. “Seguimos trabalhando para garantir bom senso e soluções concretas a um setor essencial para o Brasil, maior produtor mundial de café, e para os EUA, maior consumidor global”, completou.
Enquanto isso, o café solúvel brasileiro assiste de longe, inquieto e ansioso, torcendo para não esfriar de vez nas prateleiras americanas.
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