Os estoques globais de suco de laranja brasileiro, controlados pelas empresas associadas à CitrusBR, cresceram 25,4% em junho de 2025 em relação ao mesmo período anterior. O volume alcançou 146,3 mil toneladas de FCOJ equivalente a 66° Brix, contra 116,7 mil toneladas em 2024. Apesar do avanço, os números continuam entre os mais baixos da série histórica, reforçando o cenário de oferta restrita e pressionando o mercado internacional.
Números da citricultura 2024/25
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Estoques globais de FCOJ: 146,3 mil t (+25,4%)
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Safra total: 230,9 milhões de caixas (–21,8%)
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Processamento industrial: 194,8 milhões de caixas (–27,3%)
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Produção de suco: 703,2 mil t de FCOJ (–21,8%)
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Rendimento industrial: 276,9 caixas/t (+7,1%)
Produção registra forte retração
Esse movimento reflete a menor safra de laranja em mais de três décadas no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro, segundo o Fundecitrus. A safra 2024/25 encerrou com 230,9 milhões de caixas de 40,8 quilos, queda de 21,8% em relação às 307,2 milhões do ciclo anterior. A sequência de cinco anos de baixa produtividade ocorreu em meio a secas prolongadas e eventos climáticos severos, que comprometeram a colheita e reduziram os volumes disponíveis.
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Processamento industrial também cai
O impacto atingiu o processamento industrial, já que o setor utilizou 194,8 milhões de caixas, 27,3% abaixo das 267,9 milhões processadas no ciclo anterior. Com menos fruta disponível, a produção total de suco recuou para 703,2 mil toneladas de FCOJ equivalente a 66° Brix em 2024/25, retração de 21,8% ante as 898,7 mil toneladas da safra anterior.
Rendimento apresenta melhora
Embora a produção tenha caído, a indústria registrou aumento na eficiência. Assim, em média, foram necessárias 276,9 caixas para produzir uma tonelada de FCOJ, contra 298,2 caixas em 2023/24. Além disso, esse avanço de 7,1% mostra que, mesmo com menos matéria-prima, o setor conseguiu extrair maior volume de suco por caixa processada. Dessa forma, a melhora atenuou parcialmente as perdas.
Expectativas para 2025/26
Na safra 2025/26, iniciada em maio, o Fundecitrus aponta que as floradas registradas em 2024 definiram a qualidade da fruta colhida até agora. A segunda florada, favorecida pelas chuvas de novembro e dezembro, deve sustentar a qualidade no segundo semestre. Entretanto, as condições climáticas sugerem maturação mais lenta e ratio (relação Brix/acidez) em patamares baixos, com expectativa de melhora apenas no último trimestre de 2025.
Greening segue como ameaça
O greening permanece como um dos maiores desafios da citricultura, elevando os custos de manejo e reduzindo a produtividade dos pomares. Sendo assim, a indústria mantém atenção redobrada para conter os impactos da doença, que compromete a oferta futura e pressiona a competitividade global do setor.